Oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Indústria Mensal (PIM) Regional avançaram na passagem de dezembro para janeiro, quando a produção nacional registrou variação nula (0,0%). A expansão mais acentuada foi registrada pelo Ceará (7,9%), seguido por São Paulo (2,4%), principal influência positiva no índice geral. Por outro lado, Pernambuco apresentou a maior queda (-22,3%) e principal influência negativa entre os locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, a indústria variou 2,9%, com taxas positivas em 16 locais.
No Rio Grande do Sul, o segmento apresentou um recuo de -0,3% no período, vindo de uma alta de 0,7% em dezembro do ano passado. Sobre janeiro de 2024 o aumento foi de 8,1%, acumulando desempenho positivo de 1,6% em 12 meses, apesar do período de enchentes em 2024. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esta variação nula interrompe uma sequência de três meses de queda na indústria nacional, obtendo uma perda acumulada de 1,2% no período. No período de janeiro, temos concessões de férias coletivas, além de algumas paradas para manutenção de várias plantas industriais em diversos locais, o que reduz o ritmo de produção. Outro fator é com relação à conjuntura macroeconômica, já que temos um aumento dos juros para conter a inflação, o que diminui as linhas de crédito, tanto no lado da oferta, quanto no da demanda”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
Com o maior crescimento absoluto e a quarta maior influência sobre o resultado nacional, o Ceará registrou expansão após dois meses de resultados negativos, acumulando uma perda de 9,5%. “Este resultado elimina parte da perda de novembro e dezembro, influenciado pelos setores de alimentos, derivados do petróleo e de produtos têxteis”, comenta o analista da pesquisa.
Entre os sete locais que recuaram, Pernambuco (-22,3%) teve a queda mais acentuada e a maior influência negativa, resultado que vem após dois meses de avanço, com acúmulo de 5,7%. Outros destaques negativos vieram do Pará (-3,9%), segundo colocado em termos de influência, e Espírito Santo (-2,6%), que ficou em terceiro lugar em influência.
CRESCIMENTO
A produção industrial do país cresceu 1,4% na comparação com janeiro do ano passado, com avanço em nove dos 18 locais analisados pela PIM Regional. Santa Catarina (8,6%) e Rio Grande do Sul (8,1%) registraram as maiores variações. Santa Catarina apresenta o maior crescimento e a segunda maior influência nesta comparação.
“Este crescimento consiste no bom desempenho do setor de alimentos, principalmente no aumento da produção de carnes e miudezas de aves congeladas, além de embutidos e outras preparações de suínos e de aves. Outro grande impacto foi no setor de máquinas e equipamentos, com aumento na produção de válvulas, torneiras, registros, além de bombas centrífugas”, apontou o pesquisador. Das 14 atividades pesquisadas da indústria catarinense, 13 apresentaram crescimento.
Já o Rio Grande do Sul obteve a maior influência e o segundo maior crescimento em termos absolutos. O analista destacou o “bom desempenho de derivados do petróleo, com aumento na produção de óleo diesel e gasolina automotiva, além do crescimento no setor de veículos automotores, com aumento na produção de autopeças, automóveis, além de reboques e semirreboques”. Na indústria gaúcha, das 14 atividades pesquisadas, 11 registraram expansão.