
O pedido do governo federal para que os estados zerem o ICMS de produtos da cesta básica deflagrou reações entre governadores. A solicitação, sem combinação prévia, ocorreu sexta-feira, durante o anúncio da isenção de alíquota de importação para itens como carne, café e óleo de girassol, visando reduzir a inflação dos alimentos.
As primeiras reações foram protagonizadas por governadores que figuram no cenário como pré-candidatos ao Planalto. Entre eles, Eduardo Leite (PSDB). Nas redes sociais, Leite destacou que no Rio Grande do Sul já está em prática o programa “Devolve ICMS”, em que famílias de baixa renda recebem de volta os valores do imposto, e que produtos como ovos, leite, hortifrutigranjeiros e pães já têm alíquota zero.
Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, usou as redes para alfinetar o Planalto. “Aqui, estamos fazendo o dever de casa desde o início da gestão, quando o assunto é comida mais barata na mesa. Não é de hoje que o ICMS no estado é zero para itens do dia a dia, como arroz, feijão, ovos, farinhas, legumes e verduras”, disse Tarcísio, a cada dia mais cotado para a disputa presidencial.
Outro governador que veio à público comentar – e ironizar – o movimento do Planalto, foi Ratinho Júnior (PSD). “Só agora? No Paraná tem cesta básica sem impostos há muito tempo!”, dizia um letreiro, em postagem dele, sob vídeo de um trecho do anúncio de Geraldo Alckmin.
A investida do governo Lula para fazer frente à inflação dos alimentos, considerada por lideranças petistas como um dos principais motivos para o tombo em sua popularidade, guarda semelhanças com a iniciativa de Jair Bolsonaro (PL), que em 2022 reduziu o ICMS com o objetivo de baixar o preço dos combustíveis, em ano eleitoral, gerando impacto para os estados, que tiveram apenas parte das perdas ressarcidas.