Percentual de famílias com contas em atraso cai pelo sexto mês consecutivo aponta pesquisa

Apesar disso, tanto o percentual de muito endividado quanto o tempo de atraso aumentou

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

Houve redução tanto no percentual de endividados quanto de famílias inadimplentes no Rio Grande do Sul A conclusão é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS) divulgada nesta quinta-feira, 6, pela Fecomércio-RS ao confirmar que o percentual de famílias endividadas atingiu os 88,6% no mês de fevereiro, contra 88,8% em janeiro e, em fevereiro de 2024, de 89,1%. A média em 12 meses ficou em 90,7%.

Dentre os endividados, 27,7% se consideram “muito endividados”, 39,8% “mais ou menos endividados”, 21,1% pouco endividados e 11,9% não têm dívidas desse tipo.  O percentual de famílias com contas em atraso foi de 30,0%. Em janeiro de 2025 era de 32,2% e em fevereiro de 2024 de 37,7%. As contas em atraso recuaram pelo sexto mês consecutivo. A média em 12 meses passou de 36,2% em janeiro de 2025 para 35,6% em fevereiro de 2025.

Apesar da queda do percentual de endividados e inadimplentes, os dados, de maneira geral, persistem com sinal de alerta: tanto o percentual de entrevistados que se considera muito endividado quanto o tempo médio de atraso aumentaram. Isso pode refletir tanto a piora da condição de endividamento e de inadimplência daqueles que se encontram endividados e inadimplentes, quanto o fato daqueles que permanecem na condição de endividados e inadimplentes já serem anteriormente os que estavam em situação mais crítica.

A proporção de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas nos próximos 30 dias foi de 2,2%. Em janeiro de 2025 foi de 2,5% e em fevereiro de 2024 de 2,1%. Na média em 12 meses o percentual ficou estável na comparação com o mês anterior em 2,8%. Apesar da melhora, o resultado é ligeiramente superior ao do mesmo período do ano anterior.

“O mercado de trabalho ainda bastante aquecido contribui para a redução do percentual de endividados e inadimplentes. Todavia, a inflação persistente e difundida, bem como a elevação da taxa de juros nos coloca em situação de vigilância sobre a evolução do endividamento e da inadimplência no estado e no país”, concluiu Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.