No RS, Lula sobe tom contra adversário, ressalta próprias ações e pede que se estude a história do país

Com ares de discurso de campanha, presidente falou para apoiadores após assinatura de investimentos no polo naval de Rio Grande

Foto: Ricardo Giusti / Correio do Povo

Um Luiz Inácio Lula da Silva (PT) muito enérgico discursou para plateia em Rio Grande, após assinatura contrato de aquisição de quatro navios a serem construídos no polo naval do município com investimento de cerca de R$ 1,6 bilhão.

Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e nem mencionar o envolvimento dele e de militares em suposta tentativa de golpe de Estado denunciado pela PGR, o presidente subiu o tom contra adversários, ressaltou suas próprias ações e pediu se estude a história do país.

“Não é fácil reconstruir. Pegamos esse país semidestruído. Um exemplo dessa destruição é a indústria naval. A cultura. Os direitos humanos. O ministério das mulheres. O ministério dos indígenas. O ministério do trabalho. As pessoas que estavam governando não tinham preocupação com o povo brasileiro. A preocupação era cantar mentiras que muitas vezes as pessoas seguiam. Era impensável viver num país assim”, afirmou, iniciando seu discurso criticando o governo Bolsonaro. “É uma lição que tem que ficar na cabeça de todo mundo para não permitir que aconteça outra vez”, bradou ao público.

Em tom de campanha, a pouco mais de um ano para as eleições gerais de 2026, pediu para que se compare as ações do seu governo com às das gestões Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro.

“Tenho mais dois anos de mandato. Quero que comecem afazer comparação entre o que estamos fazendo e tudo que foi feito no governo após o golpe da (ex) presidente Dilma (Rousseff). Não quero que acreditem em mim, quero que estudem a história do país. Teve dois momentos em que o pobre foi respeitado: com João Goulart (presidente deposto pela ditadura) e no meu governo”, disse Lula.