A semana econômica será movimentada. A temporada de balanços continua a todo vapor nos EUA, mas com menos pesos-pesados apresentando os resultados do 4º trimestre de 2024, enquanto no Brasil as empresas listadas na B3 estão engatinhando com a divulgação. Os destaques ficam pelo lançamento dos dados de inflação ao consumidor de janeiro no Brasil, na terça-feira, 11, e dos EUA, na quarta-feira, 12.
Na segunda-feira, o Boletim Focus do Banco Central deve trazer novas informações sobre as expectativas dos agentes financeiros para a inflação. Na terça-feira, 11, o indicador de inflação será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na quarta-feira, 12, o instituto divulga o volume de serviços prestados à economia no mês de dezembro. O mercado tenta monitorar se os indicativos de desaceleração da atividade terão continuidade.
Já na quinta-feira, 13, será a vez da inflação ao produtor do primeiro mês do ano na maior economia do mundo. A inflação ao consumidor nos dois países está longe do centro da meta. No Brasil, o IPCA de dezembro teve uma leve desaceleração de 4,87% para 4,83%, mas mesmo assim ficando acima do limite superior da meta de inflação. No mesmo dia, o IBGE divulga os números de vendas no varejo em dezembro
O centro da meta é 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A meta foi estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), grupo constituído pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central.
“A tendência é que o IPCA continue acima do limite superior de tolerância em janeiro e nos próximos meses, mesmo que a inflação ao consumidor em janeiro desacelere por conta de descontos na conta de luz. A prévia da inflação de janeiro, o IPCA-15, já trouxe surpresa, com alta mensal de 0,11% em meio à expectativa de deflação de 0,03% com o alívio da tarifa elétrica”, comenta Leandro Manzoni, economista da Investing.com.
VILÕES
Os maiores vilões foram passagens aéreas e, principalmente, alimentação, que está levando dor de cabeça ao governo em meio à perda de popularidade. A tendência é que a inflação de alimentos, junto com os serviços subjacentes, continue a exercer pressão sobre o IPCA nos próximos meses.
Para Manzoni, o afastamento do nível de preços em relação ao centro da meta vai continuar exercendo pressão sobre uma política monetária mais dura contra a inflação pelo Banco Central. O novo presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, discursa que o trabalho do Banco Central é levar a inflação ao centro da meta.
“Dessa forma, a taxa Selic deve continuar a sua tendência de alta, subindo mais 1 ponto percentual na reunião de março e, em seguida, tendo mais 1 ou 2 altas nas reuniões seguintes”, diz o analista.
Para encerrar a semana, o IBGE divulga os números da Pnad contínua trimestral na sexta-feira, 14.