A última semana de janeiro promete emoções no mercado financeiro, com a agenda econômica carregada no Brasil e nos EUA. A concentração na segunda-feira, 27, fica com o Boletim Focus com possível revisão altista para a inflação ao consumidor em 2025 e em 2026. Isso deverá ocorrer após a prévia da inflação de janeiro, o IPCA-15, vir acima da expectativa na sexta-feira, 24. O consenso do mercado era de uma deflação mensal de 0,03, porém o índice veio 0,11%. Na base anual, o IPCA-15 desacelerou de 4,71% para 4,5%, porém acima da expectativa de 4,36%.
Ainda na segunda-feira, o Banco Central apresenta os dados de empréstimos bancários de dezembro. Quarta-feira, 29, é o grande dia da semana, com a decisão da taxa de juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e do Banco Central brasileiro. A expectativa para o Fed é de manutenção da taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5%, com o mercado de olho no comunicado pós-decisão e na entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.
Powell deverá ser questionado sobre a declaração do presidente recém-empossado dos EUA, Donald Trump, de que vai pedir para redução de juros. No primeiro mandato, o republicano pressionava Powell, que foi indicado ao cargo de chair do Fed pelo próprio Trump, chegando até a cogitar a demissão do líder da autoridade monetária.
INFLUÊNCIA TRUMP
Além disso, há expectativa quanto à visão dos membros do Fed em relação às declarações mais moderadas de Trump sobre a adoção de tarifas sobre produtos importados, o que poderia levar a uma menor pressão inflacionária e a uma tendência de, ao menos, dois cortes de juros pelo Fed ao longo do ano, conforme as projeções econômicas da instituição divulgadas em dezembro.
No Brasil, será a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando de Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do Banco Central do Brasil em janeiro no lugar de Roberto Campos Neto. A expectativa é de mais uma alta de 100 pontos-base na taxa Selic, de 12,25% para 13,25%, conforme a orientação adotada na última reunião em dezembro.
Na quarta, haverá também uma bateria de resultados em Wall Street, com destaque para as big techs. Vão divulgar o resultado Microsoft, Tesla e Meta Platforms. Na quinta-feira, será a vez de Apple, Amazon e Intel, com as petrolíferas Exxon e Chevron divulgando na sexta-feira. Na quinta-feira, serão conhecidas as prévias do PIB do quarto trimestre da Zona do Euro e dos EUA.
No Brasil, são os dados do Relatório do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) de dezembro. Na sexta-feira, a agenda econômica continua forte com o índice de inflação preferido do Fed, o PCE. No Brasil, serão conhecidos a taxa de desemprego de dezembro e os dados do setor público do Banco Central.