Marido de suspeita de envenenar bolo confirma intoxicação; sogra acha que farinha foi contaminada em novembro

Zeli Teresinha dos Anjos e o companheiro de Deise Moura dos Anjos foram ouvidos na Polícia Civil

Foto: Sofia Villela/ IGP / Reprodução / CP

O marido de Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de envenenar um bolo de Natal em Torres, prestou depoimento na segunda-feira. No mesmo dia, também depôs a sogra dela, Zeli Teresinha dos Anjos, que sobreviveu após comer duas fatias do doce. Os dois foram ouvidos por mais de 10 horas, na condição de testemunhas.

De acordo com fontes da Polícia Civil, Zeli desconfia que a contaminação da farinha utilizada para fazer a sobremesa tenha ocorrido no final de novembro. Na ocasião, ela recebia a nora, o filho e o neto na casa onde mora, em Arroio do Sal, aproximadamente um mês antes do alimento causar três mortes.

Zeli relatou que estava na cozinha com Deise, e que lá havia pacotes de farinha. Ela desconfia que um dos itens, que estava aberto, foi intoxicado com arsênio.

O encontro das duas na cozinha também consta no depoimento que Deise prestou antes de ser presa, no dia 5 de janeiro. A investigada confirmou que esteve na casa da sogra, entre os dias 16 e 19 de novembro de 2024.

A suspeita também mencionou que, junto de Zeli, conseguiu ligar uma geladeira, e que as duas limparam o equipamento com kiboa, vinagre e bicarbonato de sódio.

Deise ainda disse ter deixado alimentos de sua casa na residência de Zeli, como caixas de leite, achocolatado em pó, entre outros. Os investigadores não descartam que a farinha contaminada com arsênio estivesse em meio aos produtos.

O que teria dito o marido de Deise
No depoimento, o companheiro de Deise confirmou que foi hospitalizado por intoxicação alimentar, no ano passado, e que se sentiu mal após consumir um suco de manga. O homem admitiu a possibilidade de ter sido envenenado pela esposa.

É a primeira vez em um registro policial que ele reconhece as suspeitas que recaem sobre Deise. Quando foi ouvido pela primeira vez, em 26 de dezembro, o homem alegou que, apesar das desavenças entre Zeli e a esposa, não via razões capazes de motivar um envenenamento.