“Não vou parar de brigar pelo que é de direito do RS”, diz Eduardo Leite após críticas de Lula

Governador gaúcho reage após presidente da República afirmar que governadores que criticaram vetos ao Propag são ingratos

Foto: Maurício Tonetto/Secom/Divulgação

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou, nesta segunda-feira, que pode ser adjetivado, mas que não deixará de brigar pelos direitos do Estado.

“Não tenho nenhum problema com o prefeito que reclama, que demanda quando é pelo bem da sua comunidade. Quando o presidente da República diz que são ingratos os governadores que demandam pelos seus estados, eu digo que pode me adjetivar do que for, não vou parar de brigar pelo que é de direito do Rio Grande do Sul”, disse Leite, durante anúncio, no Piratini, de investimentos em estradas e ponte atingidas pelas enchentes.

A fala do governador se dá ainda no contexto dos vetos do presidente Lula, na última semana, a trechos do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Parte deles, com impacto direto para o Rio Grande do Sul.

O tucano já está realizando contatos com integrantes da bancada federal gaúcha. Os próximos passos envolvem articulações com outros governadores insatisfeitos, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e com outras lideranças do Congresso. O objetivo é derrubar os vetos.

Segundo Leite, caso sejam mantidos, o Estado não irá aderir ao Propag. Em função da necessidade de contribuição para o fundo de equalização federativa, de acordo com o Piratini, os R$ 14 bilhões para a reconstrução, oriundos da suspensão da dívida do Estado com a União, por três anos, podem ser reduzidos à metade.

“Na nossa campanha eleitoral, Gabriel e eu, afirmamos que o Rio Grande não era uma mera extensão de Brasília. Fomos eleitos para defender os interesses do nosso Estado. Não para ser amigos do presidente A ou B. E quando lá em Brasília, insistem em achar que o Brasil é um estado unitário e que cada gesto que faça em direção a um ente subnacional, nós como vassalos subservientes, precisamos adular, elogiar e agradecer. Quando, na verdade, fazem aquilo que é obrigação em direção aos entes subnacionais. O Brasil, está na Constituição, é a soma das partes. Somos uma federação, decidimos fazer parte do Brasil, fazer parte desta união, e nos orgulhamos disso. Exigimos o tratamento que é devido ao nosso Estado”, disse Leite, em um discurso com tom inflamado.