Com vetos, Rio Grande do Sul não vai aderir ao Propag, afirma Eduardo Leite

Governador gaúcho declarou que dispositivos retirados pelo presidente Lula “inviabilizam” ingresso do RS no Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados

Foto: Ricardo Stuckert / PR / Divulgação

O Rio Grande do Sul não vai aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), após os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após criticar a retirada dos dispositivos, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) confirmou a decisão, afirmando que a lei sancionada torna inviável o ingresso do Estado no novo programa.

“Os vetos que o presidente Lula fez inviabilizam a adesão do Rio Grande do Sul. Não é uma questão de uma decisão de aderir ou não. A União, no ano passado, prometeu que o RS teria R$ 14 bilhões para a reconstrução, na forma do não pagamento da dívida. Agora a União diz que, para acessar um programa que vai amortecer os juros no futuro, temos que pagar R$ 5 bilhões, desses R$ 14 bilhões, nos próximos dois anos”, declarou o governador.

“Não faz sentido. O RS precisa desse recurso. Estamos em um processo de reconstrução. Tudo o que pedimos é que fosse mantido o que já tinha sido colocado para nós, agregado à essa nova condição. A União vetou o dispositivo que permitia isso, e isso inviabiliza a adesão do RS”, seguiu, em entrevista após evento de cerimônia de posse dos novos diretores da rede estadual de ensino.

O tucano ainda confirmou que deve retornar à Brasília após o recesso parlamentar para trabalhar politicamente a derrubada dos vetos. Leite esteve no plenário da Câmara dos Deputados em dezembro (foto) justamente para articular a inclusão, no projeto do Propag, dos dispositivos que foram, agora, vetados por Lula.

“Vamos trabalhar politicamente para que seja revisto. É um processo de articulação política. Vamos conversar com as lideranças da bancada gaúcha. Aqui, virtualmente, indo à Brasília quando for conveniente, pois agora é um período de recesso”, disse o chefe do Executivo estadual.