Grande maioria das empresas de moda ficou sem receita durante as cheias de maio

Resultados constam da Sondagem do Segmento de Moda da Fecomércio-RS

Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A grande maioria (74,3%) dos empresários dos segmentos de Vestuário e Calçados não teve receitas suficientes para cobrir as despesas no ápice dos efeitos da tragédia climática de maio no Rio Grande do Sul, obrigando o uso de reservas da empresa e dos sócios. É o que constata a Sondagem do Segmento de Moda de 2024. Realizada pela Fecomércio-RS, de 12 de novembro a 13 de dezembro de 2024, a pesquisa entrevistou 385 empresas optantes do Simples Nacional.

Além das características gerais do segmento, a pesquisa fez questionamentos acerca da situação atual das vendas, expectativas e também sobre o impacto da tragédia climática que assolou o estado ainda no primeiro semestre de 2024. Conforme os dados 33,5% das empresas avaliava seu patamar atual de faturamento como abaixo do que era esperado/projetado antes da tragédia. Tanto que, na avaliação das vendas nos últimos três meses, 38,2% consideravam seu desempenho como regular. 

Sobre a expectativa do setor com a época mais importante do ano para suas vendas, 58,5% esperavam vendas neste fim de ano melhores que as vendas de 2023; 36,6% esperavam vendas semelhantes e apenas 4,9% vendas piores. Para os próximos seis meses, a grande maioria (73,0%) tem expectativa positiva, com melhora nas suas vendas, enquanto 26,0% esperam estabilidade e apenas 1,1% esperam piora.

Tanto que nenhum entrevistado vislumbrava diminuir sua força de trabalho nos próximos seis meses: 65,2% projetam manutenção e 34,8% aumento no total de pessoas trabalhando na empresa. Para a economia brasileira, no entanto, não predomina uma expectativa positiva, com menos de um quarto (23,4%) esperando melhora; 42,3% esperam estabilidade e 34,3% que piore um pouco. Nesse cenário, apenas 11,9% projetam investir na sua empresa nos próximos seis meses.

Na avaliação do segmento sobre os empecilhos ao crescimento das vendas, depois do baixo crescimento da economia brasileira (61,6%) e da baixa demanda pelos seus produtos (56,9%) aparecem a concorrência de sites/Marketplaces nacionais (41,6%) e estrangeiros (35,6%).

“O segmento da Moda tem no final do ano seu ápice de vendas, sendo a oportunidade de retomar seu nível de faturamento para fazer frente as perdas que consumiram as reservas das empresas e dos sócios. Se por um lado seguimos com o desafio de lidar com as sequelas de um ano bastante difícil, por outro, precisamos continuamente alinhar nossos negócios tendo o cliente como centro da nossa estratégia, sobretudo em um segmento marcado pela forte concorrência – não apenas de ofertantes, mas também pela destinação da renda dos consumidores.” Comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.