Dólar e pacote fiscal justificaram alta da Selic, aponta ata do Copom

Documento também aponta que expectativas são de dois novos aumentos no começo de 2025

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A alta volatilidade do dólar, que há algumas semanas opera acima dos R$ 6, associada a falta de avanço na aprovação e viagilidade do pacote fiscal, foram determinantes para a elevação de um ponto percentual na taxa de juros da economia brasileira.  A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizado na semana passada e que definiu a elevação de 11,25% para 12,25% a Selic brasileira. O documento também sinalizou a possibilidade de dois novos aumentos na mesma magnitude no começo de 2025.

“Lembrou-se que o repasse do câmbio para os preços aumenta quando a demanda está mais forte, as expectativas [de inflação] estão desancoradas [acima das metas] ou o movimento cambial é considerado mais persistente. Desse modo, o Comitê deve acompanhar de forma mais detida como se dará a transmissão da taxa de câmbio e das condições financeiras para preços e atividade”, avaliou o Banco Central.

O Banco Central também indicou que o comitê avaliou que as políticas devem ser “previsíveis [sem surpresas], críveis e anticíclicas [na contramão do aumento da demanda, por exemplo]”, ressaltando que a política para as contas públicas, conduzida pelo governo, deve ser harmoniosa com a política de juros – para evitar um aumento maior da taxa Selic.

“Com relação à política econômica de forma mais geral, o Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, desacelerações são parte essencial do processo de suavização e reequilíbrio da economia. O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, informou o Copom.