A Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas registrou um nível de 61,5 pontos na edição de novembro de 2024. O resultado interrompeu uma sequência de três altas marginais consecutivas. A queda na margem foi de 1,3% e, frente ao mesmo período do ano anterior, de 1,1%. A pesquisa, realizada pela CNC e divulgada pela Fecomércio-RS, ocorre mensalmente em Porto Alegre.
Por mais que tenha predominado a influência negativa para o resultado do ICF, a queda não foi homogênea entre seus componentes. Tanto a avaliação da Situação da Renda Atual (88,1 pontos) quanto a Perspectiva de Consumo (77,9 pontos) avançaram ante o mês anterior (+1,1% em ambos os casos) e também em relação a novembro de 2023, com altas fortes de 11,5% e 16,1% – sendo os únicos indicadores com crescimento nessa comparação.
Entre os demais componentes, todos tiveram recuo na margem. Entre eles, as maiores quedas na margem foram em Perspectiva Profissional (-13,6%; 21,2 pontos) e Consumo Atual (-3,6%; 53,0 pontos), seguido por Situação do Emprego (-1,6%; 84,1 pontos) e Acesso a Crédito (-1,3%; 83,9 pontos). Momento para Duráveis ficou praticamente estável (+0,3%; 21,8 pontos).
Especificamente sobre Perspectiva Profissional, ressalta-se que o resultado não indica necessariamente uma perspectiva negativa, de forma que o aumento na parcela das famílias que não vislumbra melhora profissional nos próximos seis meses (84,8% entre os entrevistados) pode ser entendido como uma avaliação de estabilidade, não necessariamente piora – o que faz sentido diante da sustentação do mercado de trabalho.
Sobre o recuo em Consumo Atual, a abertura do índice deixa evidente que o resultado se deveu a maior parcela de famílias (60,0% entre os entrevistados) que avaliam estar comprando menos que no ano passado. “Mesmo que a dinâmica recente do varejo nos mostre um crescimento do consumo agregado – impulsionado pela retomada pós-tragédia com suporte, para além das transferências, da dinâmica positiva recente do emprego e da renda – o ICF nos indica que a percepção das famílias não é de um consumo maior, tampouco disposição a comprar mais.
Crédito caro, famílias que seguem com dificuldades pelo endividamento, e a percepção de condições que, apesar de melhores, não repercutem na mesma medida em orçamentos com mais espaço para consumir, implicam consumidores ainda cautelosos nas decisões de consumo. Vender nesse contexto é mais difícil; esforço de venda, comunicação e estratégia devem guiar os lojistas para otimizar as vendas de fim de ano” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.