A ponte entre as cidades de Arroio do Meio e Lajeado caiu com as enchentes de maio deste ano, há mais de sete meses. A projeção era que a obra estivesse pronta para o Natal deste ano, ou seja daqui há 10 dias, mas o prazo foi adiado para o dia 29 de março de 2025. O adiamento provocou um grande protesto pacífico de moradores dos dois municípios, na tarde deste sábado, na RS 130, em Arroio do Meio.
Segundo os organizadores da manifestação, mais de 500 pessoas participaram da iniciativa, com faixas e cartazes. “O secretário estadual de Transportes, Juvir Costella havia prometido para dezembro, seriam seis meses de obras, e agora falam em mais três meses, ou seja, 50% do tempo a mais. É inadmissível, um erro desses. Cadê o cronograma da obra, não pode ter um erro tão grande”, observa um dos organizadores do protesto, o dentista Estevan Augusto Kerbes.
Segundo ele, uma das justificativas é a falta de pessoal para trabalhar na obra. “Talvez estejam pagando pouco e por isso não conseguem ninguém. Que façam um aporte pelo governo para pagar melhor os trabalhadores e conseguirem terminar a obra mais rápido”, observa.
Krebs disse que nesta semana havia 14 pessoas trabalhando na ponte. “Quatorze pessoas constroem um prédio de três andares, não uma ponte gigante”, protesta. O dentista organizou o protesto junto com o grupo Pró -Dragagem de Arroio do Meio.
Krebs conta que é de Arroio do Meio, mas mora em Lajeado e trabalha em Arroio do Meio. “Passo pela ponte quatro vezes pegando trânsito”, relata. Atualmente o trajeto entre as duas cidades é feito por duas pontes. “A de ferro é uma via e não pode caminhão e a do Exército, provisória, que passa caminhão, porém é pouco, porque a RS 130 tem muito movimento para escoamento da produção”, relata.
Procurado, o Governo do Estado disse que a construção da ponte está a cargo da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
Nota da EGR
Por meio de nota, a EGR disse que respeita qualquer manifestação pacífica e está ciente do ato envolvendo os prazos da obra da nova ponte da ERS-130, ocorrido neste sábado. A estatal reforça o compromisso com a região do Vale do Taquari e mantém a data de 29 de março para o término da ponte. Inicialmente, a previsão era de que a obra seria concluída até o final de dezembro deste ano. Contudo, inúmeras questões que fugiram do controle da empresa afetaram o cronograma. Entre elas, os períodos de constantes chuvas que assolaram a região, especialmente entre 16 de junho e 7 de julho, fator que impossibilitou a continuidade dos trabalhos de sondagens à época. Essas chuvas provocaram alterações no nível do rio, o que prejudicou o início dos serviços em relação ao perfil de solo. Com isso, o cronograma de elaboração do projeto executivo da obra teve que ser reajustado.
Além disso, houve necessidade de uma readequação do projeto executivo inicial. Os 150 metros de extensão da infraestrutura foram ampliados para 172 metros, gerando um aumento de 22 metros e um prazo maior para execução. Com as informações obtidas nas sondagens, optou-se por reduzir a quantidade de pilares e vigas, passando de oito para sete, e diversificando os tipos de fundações para dar mais velocidade à construção.
A EGR reitera que está atuando com agilidade em cada etapa da obra e informa que ficou acordado, em audiência com Ministério Público, após assinatura de novo termo, que a empresa terá de pagar multa de R$ 30 mil por dia de atraso não justificado. O acordo prevê, também, que a EGR informe a cada 10 dias o cronograma de execução da obra.
Atualmente, após a finalização da concretagem do segundo bloco de fundação, as equipes iniciaram a construção dos pilares. Ao todo, serão cinco blocos com pilares e dois sem, todos construídos em concreto armado. As estruturas são essenciais para a estabilidade da ponte por dar sustentação à ponte.
Enquanto os trabalhos no segundo bloco avançam, as equipes executam a construção dos próximos. No lado de Lajeado, a montagem do terceiro bloco está em fase final, e no lado de Arroio do Meio, a montagem do quarto e do quinto bloco também está em andamento. Essas etapas são cruciais para garantir a continuidade das obras e o cumprimento do cronograma. Paralelamente às atividades nos blocos de fundação, o parque fabril segue em ritmo acelerado com a produção das vigas e lajes pré-moldadas, e nas extremidades, ocorre a construção do aterro de nivelamento da ERS-130 com a nova ponte.