Braga Netto e ex-assessor alvo de operação tentaram atrapalhar investigação, diz PF

General do Exército foi preso pela PF no Rio de Janeiro, neste sábado (14); agentes cumpriram medidas cautelares contra coronel Pelegrino

Braga Netto foi preso pela PF no Rio neste sábado (14) Isac Nóbrega/PR

O general do Exército Braga Netto e seu ex-assessor coronel Flávio Pelegrino teriam tentado atrapalhar as investigações da PF (Polícia Federal) sobre o suposto golpe de Estado. Mais cedo, a corporação prendeu o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Já o ex-assessor foi alvo de medidas cautelares. De acordo com fontes, Braga Netto vai ficar preso inicialmente em um batalhão do Exército no RJ, enquanto Pelegrino vai cumprir as medidas cautelares em Brasília.

De acordo com fontes, Braga Netto vai ficar preso inicialmente em um batalhão do Exército no RJ, enquanto Pelegrino vai cumprir as medidas cautelares em Brasília.

Segundo a corporação, Pelegrino é o responsável por elaborar o documento, nomeado de Operação 142, que planejava as etapas do golpe de Estado. O documento, encontrado na sede do Partido Liberal de Valdemar Costa Neto em Brasília, é finalizado com a frase “Lula não sobe a rampa”.

O esboço estava dividido em seis partes — avaliação da conjuntura; linhas de esforço; centro de gravidade estratégico; estado final desejado estratégico; centro de gravidade politico e estado final desejado político. O nome do documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição, que trata das funções das Forças Armadas.

A frase “Lula não sobe a rampa” é o único item do estado final desejado político. A sentença fez menção à posse presidencial, quando o presidente eleito sobe a rampa do Palácio do Planalto. O petista subiu a rampa em 1º de janeiro de 2023, ao lado do que seriam “representantes” do povo brasileiro.

Netto e Pelegrino foram indiciados no inquérito, e o ex-ministro de Bolsonaro foi preso hoje. Segundo fontes, eles teriam tentado atrapalhar as investigações durante a coleta de provas. Os agentes teriam encontrado uma cópia dos termos da delação de Mauro Cid no escritório do ex-assessor Pelegrino.

Outro lado

Segundo Braga Netto, “naquele período circularam diversos papéis, palestras em power point e sugestões da aplicação dos dispositivos constitucionais que eram entregues às autoridades, conforme relatado à época”.

“Por fim, destaca-se que o referido assessor não foi objeto de busca e apreensão na operação Tempus Veritatis e que os materiais eram subsídios de uso pessoal e interno, seguindo o prevista no artigo 220 da Constituição Federal, que assegura a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de informação”, afirmou o general.

Braga Netto foi um dos indiciados pela PF pela suposta tentativa de golpe. Ele nega ter participado de qualquer plano. “Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”, afirmou ele em publicação nas redes sociais à época.