O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira, a implementação de tecnologias variadas contra a dengue no Rio Grande do Sul. A expectativa é intensificar o controle vetorial do Aedes aegypti e preparar a rede de assistência médica para receber e tratar oportunamente os casos suspeitos, evitando evolução para casos graves e óbitos.
Durante evento realizado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Porto Alegre, o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Cunha, apresentou o Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses, lançado pelo governo federal em setembro.
De acordo com Rivaldo, o controle da dengue exige um esforço coletivo. “Por isso, o Plano de Ação foi construído de forma coletiva e todas as metas estão sendo pactuadas pelo Governo Federal junto aos estados e municípios, sociedade civil, trabalhadores da saúde, com articulação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)”, ressaltou o secretário.
“Para prédios públicos, com grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos, estamos ampliando a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), aplicada nas paredes internas dos imóveis e com dois meses de eficácia. O grande exemplo de utilização do BRI é no RS e agora estamos ampliando a tecnologia para todo Brasil”, acrescentou Rivaldo.
De acordo com a pasta, as capitais brasileiras vão receber Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs). A tecnologia é indicada para regiões muito populosas e com locais de difícil acesso. Dessa forma, a estratégia será utilizada em periferias. “A comunidade do Sol Nascente, em Brasília, foi a primeira a receber. Aqui em Porto Alegre, estamos definindo junto à gestão local, qual será o primeiro local a receber”, informou, também, Rivaldo.
Método Wolbachia
Com a ampliação da produção de mosquitos com wolbachia, o Ministério da Saúde articula a implantação inicial da tecnologia nos municípios de Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas e São Leopoldo. “Cerca de 60% dos insetos presente na natureza possuem a bactéria wolbachia e não transmitem as arboviroses. Dessa forma, estamos investindo no aumento da produção de Aedes com wolbachia, para que ao soltá-los no ambiente, eles se reproduzam com os mosquitos locais e produzam uma nova população de mosquitos não transmissores de arboviroses”, explicou Rivaldo Cunha.
Já para o período de alta de casos, o Ministério da Saúde está atualizando publicações técnicas para profissionais de saúde e de vigilância, além de realizar parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no apoio para qualificação e sensibilização de manejo clínico das arboviroses e na organização da rede assistencial.
Em sua fala, Rivaldo também destacou as estratégias de comunicação do Ministério da Saúde, para mobilizar a população a eliminação dos criadouros do Aedes. “Todo mundo precisa reservar 10 minutinhos pela semana, para prevenir contra o mosquito”, disse.
Somente em 2024, o Ministério da Saúde enviou para o Rio Grande do Sul cerca de 48 mil testes laboratoriais para detectar dengue, Zika e chikungunya, 468 kg de larvicida para aplicação nas residências, 1.600 kg de adulticida para pontos estratégicos e 5.460 L de adulticida para fumacê. Além disso, 67 municípios do estado estão sendo contemplados com vacinas da dengue, para o público-alvo de 10 a 14 anos. Até o momento, foram distribuídas 73 mil doses e aplicadas 33 mil doses.