Ministro diz que Embaixada da França media pedido de desculpas de CEO do Carrefour

Carlos Fávaro disse esperar que retratação seja apresentada nesta terça; Carrefour anunciou que não vai comprar carnes do Mercosul

Ministro diz que espera pedido de desculpas de executivo do Carrefour Foto: Guilherme Martimon/MAPA

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse à Record nesta segunda-feira (25) que a Embaixada da França no Brasil se colocou à disposição para intermediar um pedido de desculpas do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, ao governo brasileiro depois de ele anunciar na semana passada que vai deixar de comprar carne do Mercosul — grupo formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. As informações são do site R7.

Fávaro comentou que espera que a retratação seja apresentada já nesta terça-feira. “O embaixador francês se ofereceu para mediar essa manifestação. Isso vem acontecendo, e eu estou muito esperançoso que eles façam isso o mais rápido possível para a gente acabar com essa polêmica”, afirmou o ministro. Ele destacou que o Carrefour tem o direito de comprar produtos de quem quiser, mas pontuou que a manifestação do CEO da empresa com relação às carnes bovinas dos países do Mercosul foi desrespeitosa.

“O teor da manifestação do CEO francês não compactua com a verdade dos fatos, que a carne brasileira, a carne sul-americana, tem todos os rigores da lei e das legislações, que tem preceitos sanitários dos mais exigentes do mundo”, afirmou.

“Se ele se retratar no quesito a garantir que reconhece a qualidade das carnes brasileiras, não tem problema nenhum em comprar de quem ele quiser. O ponto é esse. Se tiver essa manifestação, nós nos damos por satisfeitos, e tenho certeza que a indústria das carnes brasileiras vai voltar a fornecer para esta companhia”, acrescentou Fávaro.

O ministro elogiou a decisão dos frigoríficos brasileiros que suspenderam a venda de carne para a rede Carrefour em resposta à declaração de Bompard. “Eu achei um ato de civismo muito grande, e ficamos honrados de ver a indústria brasileira dando a resposta com altivez. Afinal de contas, eles também vendem para a França. Se não quiserem comprar, não tem problema. Agora, não dá para colocar na gôndola do Brasil se a companhia francesa diz que não tem qualidade os produtos brasileiros”, opinou.

“Foi um belo gesto de soberania nacional, de respeito ao sistema produtivo, aos pecuaristas brasileiros, e por isso o governo apoia a iniciativa da indústria da carne brasileira”, finalizou Fávaro.