Lojistas reforçam estoques para enfrentar a Black Friday, diz pesquisa

Quase 7 em cada 10 varejistas querem atender aumento na demanda com promoção

Quase 7 em cada 10 empresários do comércio varejista brasileiro afirmam que planejam abastecer seus estoques para garantir que suas lojas estejam prontas para o aumento na demanda gerada pela Black Friday, o maior evento para o setor em termos de volume de vendas no Brasil. É o que revela a pesquisa “Expectativa para a Black Friday”, realizada pela Rede Milionária em todo o país, ao apontar que 71,7% dos empresários projetaram este comportamento.

A decisão de reforçar o estoque antes da Black Friday não é por acaso. Durante esse período, as vendas podem atingir picos impressionantes, e a falta de produtos pode significar perdas significativas. Um dos grandes temores dos lojistas é que os clientes, ao não encontrarem o produto que desejam, migrem rapidamente para os concorrentes – seja para outras lojas físicas ou para o e-commerce. Por isso, ter um estoque robusto, que contemple os itens mais demandados, é crucial.

Segundo a pesquisa da Rede Milionária, s 28,3% disseram que vão trabalhar com o estoque atual. Conforme a Central CM Planejamento e Inteligência de Mercado, isso demonstra que a preparação dos empresários não está sendo feita de forma improvisada, mas baseada em estratégias de suprimento e negociações com fornecedores, com o objetivo de garantir que suas prateleiras estejam cheias quando os consumidores chegarem.

Além disso, a falta de produtos foi apontada por 10,9% dos entrevistados como um dos principais desafios para a Black Friday deste ano, reforçando a importância de uma gestão de estoque eficiente e bem planejada.

Além da preparação dos estoques, a pesquisa da Rede Milionária em parceria com a Central CM, também revelou outros dados sobre a data. Os lojistas estão otimistas: 27,68% de aumento nas vendas em comparação ao ano anterior é a expectativa média dos empresários. Entre eles, 7% acreditam que o crescimento será superior a 50%, enquanto 27% esperam um aumento entre 15% e 20%. Esses dados mostram que, apesar dos desafios econômicos, os empresários estão confiantes de que a Black Friday representará um grande impulso para o fim do ano.

A pesquisa também destacou que o ticket médio esperado para 2024 será de R$ 589,00, uma leve queda em relação a 2023, quando o ticket médio foi de R$ 590,92.  Já o percentual médio de desconto que os lojistas pretendem aplicar é de 42%, com o mesmo percentual dos empresários oferecendo descontos entre 30% e 40%, e 17% oferecendo descontos acima de 40%. Esses números indicam que as promoções continuam sendo o maior atrativo da Black Friday.

DESAFIOS

Os desafios enfrentados pelos lojistas não são poucos. A Central CM, diz que 26,6% dos entrevistados indicaram que a queda no poder de compra é a maior preocupação para este ano, seguida pela concorrência com o e-commerce (23,1%) e o engajamento da equipe (12,2%). Esses obstáculos, combinados com a necessidade de uma boa gestão de estoque, mostram como os lojistas precisam ser criativos e estratégicos para atrair e reter clientes.

A pesquisa também revelou que a maioria dos lojistas pretende estender suas promoções por mais de um dia. Um total de 56% dos empresários planejam fazer ofertas por uma semana, enquanto 19% optam por promoções durante quinze dias. Essa tendência de prolongar o período de promoções reflete a percepção de que os consumidores estão atentos ao longo de todo o mês de novembro, buscando as melhores oportunidades de compra.

Leandro Cardoso, CEO da Rede Milionária e Dino Gueno, especialista em varejo, recomendam a criação de grupos de clientes fiéis com acesso exclusivo a ofertas antecipadas da Black Friday. Durante essas transmissões, os lojistas pode apresentar os produtos que estarão com desconto, oferecer cupons exclusivos e atrair ainda mais a atenção do público. “A Black Friday exige muito mais do que descontos. O planejamento é a chave para garantir que as promoções sejam bem-sucedidas e que os clientes escolham sua loja antes de qualquer outra. Um bom estoque, ações de marketing bem alinhadas e um calendário estratégico podem fazer toda a diferença”, comenta Dino Gueno.