Os caminhos que uma cidade precisa fazer para integrar o grupo de “Cidades Inteligentes” foram debatidos no MenuPOA, reunião-almoço da Associação Comercial de Porto Alegre realizada nesta terça-feira, 19. O evento contou com a participação de três especialistas no tema, Paulo Ardenghi, CEO da Wise Innovation, Santiago Uribe, líder da Oficina de Resiliência de Medellín e Rafael Bechelin, especialista em Cidades Inteligentes.
Na abertura do painel, Bechelin apresentou dados sobre o cenário da realidade brasileira, como a composição das favelas com mais de 16 milhões de pessoas, e onde menos de 50% do esgoto é tratado, e mais de 49 milhões de brasileiros vivem em domicílios sem acesso adequado ao saneamento básico e somente 53% dos municípios tem plano diretor. De acordo com o especialista é preciso entender a realidade, os desafios e a partir disso identificar as oportunidades.
Já Uribe fez relatos sobre a trajetória de Medellín, que levou a segunda maior cidade da Colômbia, conhecida por muito tempo como a mais violenta do mundo, para uma transformação que fez mudar seu posicionamento para uma cidade inovadora. “As melhores escolas públicas, as melhores bibliotecas estão na periferia por que se entendeu que a educação é a base para o desenvolvimento e o acesso a elas precisa estar ao alcance da população menos assistida”, explicou Uribe.
Os painelistas argumentaram que cidades inteligentes não significam serem tecnologia, mas tem relação direta com o capital humano, inteligência humana. A tecnologia e as inovações, segundo eles, são ferramentas auxiliares necessárias para o desenvolvimento e aplicação de processos que contribuam para a construção de cidades inteligentes.
Para eles, as cidades inteligentes serão as que tiverem planejamentos a longo prazo, independe de politicas partidárias, que usarem a tecnologia como uma ferramenta de apoia e transformação, dialogo com a sociedade, empreendedores e gestores públicos com visões de futuro em comum.
PARCERIA
Antes do painel houve a formalização do termo de parceria e cooperação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) com a ACPA. A professora Denise Pagnussatt, coordenadora do hub da Indústria Criativa do TecnoPUC e a coordenadora do Núcleo da Economia Criativa da ACPA, Adriana Ilha representaram as entidades no ato. A parceria irá proporcionar descontos nos cursos de extensão e pós-graduação para associados ACPA.