Um hacker suspeito de fazer ameaças e ofensas racistas contra a deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB) e outros parlamentares foi preso, nesta quinta-feira, pela Polícia Civil gaúcha. O homem de 36 anos também planejava ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi detido em Jundiaí, São Paulo, onde também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.
Intitulada Operação Deus Vult, a ofensiva contou com agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), com apoio operacional da Polícia Civil paulista.
As investigações começaram com o registro de ocorrência por parte da parlamentar do RS, que reportou o recebimento de um e-mail, em 14 de outubro, com dezenas de ameaças de morte e agressão sexual. A mensagem ainda continha ataques racistas contra a deputada e a filha dela.
Os policiais verificaram que o documento teria partido de um provedor conhecido por sua capacidade de anonimato, cuja sede fica na Suíça e não possui acordo de colaboração com as autoridades brasileiras.
O principal investigado é o hacker que foi preso. Ele possui diversas ocorrências registradas em todo Brasil, tendo como vítimas autoridades e órgãos públicos. Em uma mensagem, o homem planejava ataques a bomba ao STF, Congresso Nacional e ao MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Foram apreendidos notebooks e celulares que serão analisados a fim de corroborar a convicção de autoria, bem como apurar se outras pessoas estão envolvidas nas práticas investigadas. Não é descartada a ligação do grupo do investigado com Francisco Wanderley, que morreu após fazer um atentado em frente ao STF.
Em nota, a Polícia Civil, através do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), ratificou o compromisso de desenvolver investigações criminais qualificadas, notadamente aquelas em que haja indícios de atuação de organizações ou associações criminosas organizadas, objetivando a máxima responsabilização criminal de todos os envolvidos, de modo a reprimir à altura a prática delitiva.