Mercado projeta IPCA acima na meta com resultado de outubro

Mediana dos analistas estima uma alta de 0,53%

Crédito: Freepik

Quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro deverá confirmar uma alta de 0,53%, acima dos 0,44% de aumento verificado em setembro. O indicador acumula alta de 3,31% no ano e, nos últimos 12 meses, de 4,42%, e se for confirmada a projeção significará o rompimento da meta prevista pelo Conselho Monetária Nacional (CMN). A meta é de 3%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, chegando a um máximo de 4,5%.

De acordo com o último Boletim Focus, economistas consultados pelo Banco Central veem o IPCA com alta de 4,59% em 12 meses ao final do ano, conforme documento do dia 04 de novembro. Alimentação, energia e um dólar em elevação desde o começo da segunda quinzena do mês, fruto das condições climáticas nas regiões produtoras, associado a um mercado de trabalho aquecido e sem sinais de arrefecimento formam os elementos que justificam a elevação.

FATORES

E esta elevação esteve na mesa do Comitê de Política Monetária, do Banco Central, que definiu pela elevação de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, que chega a 11,25%. Afora esta estimativa, já no mês passado o IPCA-15 deu sinais preocupantes ao avançar 0,54%, com alta em oito de nove grupos, e maior variação em habitação, impulsionado pela alta na energia, e maior impacto de alimentação e bebidas. O único grupo em queda foi o de transportes, com redução expressiva em passagens aéreas.

A bandeira tarifária vermelha patamar 2, que vigorou em outubro, e um aumento nos preços das carnes estão entre os elementos do grupo alimentação e habitação, e se nada mudar devem ser ingredientes que justifiquem  que o Banco Central precisará ser mais agressivo e manter a taxa de juros elevada por mais tempo para controlar as pressões inflacionárias. Já há quem sinalize que a Selic chegará a 11,75% ao final do ano e ultrapassa 12% no começo do ano que vem, ficando entre 12% e 13%. Uma futura queda após o pico, segundo o economista, depende de um cenário mais tranquilo de câmbio, além de medidas do governo para equilibrar as contas públicas.