Analistas sinalizam altas adicionais nas próximas reuniões do Copom

Mercado já aponta para uma taxa que poderá chegar a 13,25% ao ano

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O Comitê de Política Monetária (Copom) votou, por unanimidade, pelo aumento de 0,50 ponto percentual na taxa Selic para 11,25%. O comunicado pós-reunião manteve o conteúdo semelhante ao anterior, ressaltando os riscos para as perspectivas de inflação e mantendo tom duro (hawkish, no jargão econômico) em relação à política monetária adiante.

A projeção de inflação do Comitê para o horizonte relevante (2º trimestre de 2026) aumentou para 3,6% (de 3,5% antes), acima da meta de 3,0%, mesmo considerando elevação da taxa Selic em até 1,0 ponto percentual – de 11,50% para 12,50% – no pico do ciclo de ajuste. Conforme analistas da XP, isso indica que o agravamento de outros fatores inflacionários tem superado o efeito do aperto monetário projetado pelo mercado, e o “plano de voo” – não divulgado – do Copom provavelmente contempla uma taxa terminal da Selic acima de 12,50%.

O comunicado reiterou que “(o) ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”. Considerando as incertezas à frente, a XP admite que faz sentido manter abertas as possibilidades.

Diante desse cenário mais desafiador para a inflação e a nova previsão do Copom, revisamos nossa projeção de taxa Selic terminal de 12,00% (cenário base divulgado em agosto) para 13,25%. Esperamos quatro aumentos adicionais de 0,50 pontos percentuais nas próximas reuniões do Copom. Isto posto, o Comitê pode optar por um ritmo mais acelerado para atingir o nível terminal mais cedo”, prevê o comunicado da consultoria.