Completados seis meses desde que a enchente de maio tomou Porto Alegre e boa parte das cidades do Rio Grande do Sul, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) reabriu a Central de Atendimento ao Eleitor nesta segunda-feira. A data é simbólica: nesta terça-feira, 30 dias após o primeiro turno, será retomado o cadastro nacional dos eleitores. Com a Central ativa, os atendimentos presenciais para prestação de serviços como emissão da primeira via do título e quitação de multas retomam.
Na sede também é possível realizar o cadastramento da biometria. Com as operações fechadas durante as eleições municipais deste ano, não foi possível atingir a meta do TRE-RS de aumentar o número de biometrizados. No Rio Grande do Sul, 83% dos eleitores têm sua digital coletada. Agora, com a retomada, a expectativa é atingir perto dos 100% na próxima eleição.
Localizada na rua Siqueira Campos, 805, no Centro Histórico da Capital, a Central do Eleitor teve o primeiro andar tomado pelas águas, atingindo a marca dos 66 cm e emergindo todo o subsolo. Para recuperação do local e de demais zonas eleitorais afetadas pelas cheias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou ao TRE-RS o montante de R$ 6 milhões. Ainda avalia-se, contudo, se a quantia será o suficiente para todas as intervenções, informou o presidente do Tribunal, desembargador Voltaire de Lima Moraes.
“O dia de hoje marca indelevelmente nossa capacidade de reconstrução. Um trabalho essencialmente coletivo e que demonstra a nossa força quando queremos”, classificou Moraes, durante o ato de reinauguração. Durante o evento, uma faixa, simbólica, foi cerrada, em frente à entrada da sede.
Foco na abstenção
De olho nas eleições de 2026 e tentando decifrar os números do pleito que passou, o Tribunal lançará no próximo ano, 12 de março, um seminário com foco nas abstenções. O evento será promovido pela Escola do Judiciário e terá como objetivo entender as “causas, consequências e desafios” que levaram os eleitores a não irem votar.
Junto do seminário, o TRE-RS deverá lançar um relatório sobre as abstenções. O documento irá compilar as justificativas apresentadas pelos eleitores para não votar. A informação, que fica retida junto às Zonas Eleitorais, já está sendo requisitada e compilada pelo Tribunal.
A iniciativa é da Justiça Eleitoral gaúcha e não tem relação com a pesquisa prometida pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, sobre os motivos de abstenção no país.