Guedes evita comentários sobre a economia do atual governo

Ex-ministro disse há condições de aumentar o recolhimento do imposto de renda

Crédito: Eduardo Rocha/Divulgação

Ministro da Economia no período de 2019 a 2022, Paulo Guedes, contrariou aqueles que imaginavam comentários sobre a economia brasileira atual. Palestrante convidado no Fecomércio-RS Debate, em Porto Alegre, Guedes preferiu traçar um paralelo histórico da relações econômicas da humanidade mas comentou que o Brasil chegou “na hora em que o baile global acabou, e a confusão toda estava começando”.

Guedes lembrou a iniciativa do governo anterior na taxação sobre CPF´s que não pagavam imposto. “Eram 60 mil CPFs que ganham R$ 360 bilhões por ano e não pagam imposto. Tomara que a taxação dos super rico seja progressiva, e ao invés de ser 15%, seja 30%”. O ex-ministro também comentou sobre o avanço do conservadorismo, interpretando-o como resposta a períodos de incerteza econômica e frustrações populares que se traduzem em apoio a políticas de proteção nacional.

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn, celebrou a presença de autoridades e do ex-ministro da Economia, elogiando seu papel na luta por um estado menos oneroso e por políticas econômicas que priorizam a produtividade e limite dos gastos públicos, além de mencionar o cenário de recuperação econômica do Rio Grande do Sul, dentro das limitações impostas pela economia nacional.

O ex-ministro dividiu a palestra em três momentos: 1) desordem mundial; 2) para onde o mundo irá; 3) contexto brasileiro. Depois de um resgate histórico das últimas décadas, o economista destacou no plano global as incertezas trazidas pelo aumento das tensões geopolíticas e o impacto desses conflitos na economia mundial. “A Guerra Fria está viva, só mudou de forma. Hoje, a liderança é da China. O mundo está irreversivelmente rompido”, comentou.

Guedes já foi professor da FGV, da PUC-Rio e do IMPA. Também foi fundador, CEO e acionista majoritário do Ibmec, rede das principais escolas de negócios do País que é reconhecida pelas inovações no setor de Educação. Pioneiro em MBAs executivos no Brasil, ele fundou a rede K-12 Abril Educação e a coleção de escolas de Medicina e healthtechs Afya. Foi conselheiro de alguns dos maiores IPOs do país, incluindo K-12 SEB e a instituição de Ensino Superior Anima, e fundou o Banco Pactual, banco brasileiro de investimentos, o JGP Hedge e a BR Investimentos (atual Crescera Private Equity).