A agenda da virada sustentável em Porto Alegre foi aberta, nesta segunda-feira, com o módulo educacional Fronteiras Educação: Sustentabilidade nas Cidades. A palestra que ocorreu na 70º Feira do Livro foi comandada pela coordenadora sócio ambiental do maior festival de sustentabilidade da América Latina, Júlia Caon Froeder.
Julia conversou com alunos da Escola Municipal de Educação Básica Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, do bairro Sarandi, e destacou a importância de discutir com os jovens os efeitos das crises de biodiversidade e climáticas, que já impactam o cotidiano, como visto nas enchentes e na pandemia.
Durante a conversa com os estudantes que tiveram a sua unidade de ensino totalmente destruída pela enchente de maio, e que ainda sofrem com os danos, Julia abordou a importância de ações de conscientização sobre como anda o estado de saúde do planeta Terra. Ela afirmou: “O planeta está com febre”, ao explicar que a temperatura vem aumentando significativamente e as possíveis consequências dessa realidade.
Júlia ressaltou que é essencial ensinar não só sobre os problemas, mas também sobre soluções, incentivando os estudantes a se sentirem capazes de agir. Na atividade “Porto Alegre Sonhada em 2030”, eles refletiram sobre uma cidade mais sustentável, lembrando que as mudanças climáticas precisam ser combatidas por esta geração, e não pelas futuras.
“As pessoas que estão vivas hoje é que vão resolver esse problema. É muito importante que os alunos saiam com essa consciência de que não são as futuras gerações que vão resolver o problema, mas sim quem está vivo hoje e que eles são parte dessa solução”, afirmou.
O professor Guilherme de Oliveira Pokorski, que leciona História na Escola falou sobre a importância de levar os alunos para eventos como a Virada Sustentável. Ele explicou que a escola ainda sofre com alagamentos e está em reforma, o que obrigou a equipe a dar aulas em locais alternativos. O professor ressaltou que a experiência é enriquecedora, especialmente para os alunos que gostam de literatura, pois o evento incentiva a leitura e oferece uma integração fora do ambiente escolar. Ele também mencionou que a biblioteca da escola foi destruída, o que torna essas oportunidades ainda mais valiosas. “O incentivo à leitura é muito válido, é uma coisa que faz diferença para todas as disciplinas que a gente trabalha”.