O navio graneleiro Mount Taranaki, com bandeira de Hong Kong, encalhado desde a manhã de quinta-feira no canal de Itapuã, em Viamão, entre a Lagoa dos Patos e o Guaíba, segue causando transtornos na navegação gaúcha. Navios rebocadores já estão na área para auxiliar a embarcação, que vinha da Argentina com carga de cevada cervejeira, a sair do local, e liberar a circulação de outros navios, mas podem não ser suficientes. A Portos RS confirma não haver previsão para sua retirada.
Ao menos um, o Inoi, com bandeira do Panamá, está atracado no porto de Porto Alegre aguardando a saída. Ele já descarregou a carga de fertilizantes. Outro, o Eva Shanghai, também panamenho, mas que trazia carga similar de fertilizantes, está fundeado, ou ancorado, no mesmo canal de Itapuã, aguardando a retirada do Mount Taranaki, que tem 175 metros de comprimento e 29 metros de largura. “A situação piorou. É uma prova do descaso com nossas hidrovias”, comentou o presidente da Associação Hidrovias RS, Wilen Manteli.
Ocorre que o local onde o navio está encalhado está com 60 centímetros de água no começo da tarde desta sexta, contra 50 centímetros nesta manhã, segundo o prático Geraldo Almeida, com décadas de experiência na navegação no Guaíba. “Precisa de um metro de água para sair, e a previsão é que isto somente ocorra de quarta para quinta-feira”, afirma ele. Ainda conforme Almeida, outros navios estão previstos para circular até o final de semana, inclusive com saída e chegada no Polo Petroquímico de Triunfo. O vento é de quadrante nordeste, considerado “normal” para esta época do ano, e que deverá permanecer até a próxima semana.
A manutenção das hidrovias é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo o superintendente do órgão no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, já foram feitas reuniões de navegação de interior, praticagem e Portos RS. “Estamos trabalhando na formatação do contrato que irá atender as demandas emergenciais”, disse ele. Já a CatSul disse que o catamarã não é afetado pelo problema.
* Com contribuição da repórter Paula Maia