A preocupação com o crescimento de crimes financeiros no país traz para Porto Alegre as três principais entidades do país que tratam do assunto. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a Associação Brasileira de Câmbio (ABRACAM) e a Rede-Lab (Laboratórios de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro) se reúnem com integrantes do sistema financeiro da capital para tratar dos últimos avanços no setor.
Dados do COAF apontam que em 5 anos disparou o número de pessoas suspeitas de crimes financeiros. Em 2019, pouco mais de 300 mil pessoas foram identificadas nos Relatórios de Inteligência Financeira (RIF). No ano passado, o número de envolvidos foi de 3,3 milhões de pessoas. Entre janeiro e agosto deste ano, novo aumento: 3,4 milhões de identificados.
MERCADO GAÚCHO
No Rio Grande do Sul os casos também chamam a atenção. Recentemente, a Polícia Federal (PF) realizou uma ação contra uma rede de operadores financeiros suspeitos de prestar serviços para facções criminosas em todo o Brasil. Nove cidades gaúchas estiveram entre os alvos de mandados de prisão e busca e apreensão. Vinte pessoas foram detidas.
Na próxima quarta-feira, dia 6, o COAF, a ABRACAM e a Rede-Lab, se reunirão com representantes de empresas do setor financeiro da região para propor parcerias em treinamento e adequação a normas do Banco Central (BC) voltadas ao combate a crimes financeiros. A criação de parcerias público-privadas (PPPs) também é uma das iniciativas que o grupo propõe.
A ABRACAM coordena o encontro em Porto Alegre. De acordo com a Presidente Executiva da entidade, Kelly Gallego Massaro, a reunião na capital gaúcha visa ampliar as ações de parceria com empresas da região. “As empresas do sistema financeiro no sul vão poder conhecer um selo que desenvolvemos que coloca todas suas operações em conformidade com as exigências mais rigorosas do BCB no combate à lavagem de dinheiro”, disse.
Em 2020 o BC implementou uma circular que obriga as instituições financeiras a adotar medidas mais rígidas de controle de risco, especialmente contra crimes que envolvam terrorismo e ameaça de armas de destruição em massa.