O debate sobre o hidrogênio no Brasil vem se intensificando desde 2015, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP21, em Paris, que incentivou países a desenvolverem suas próprias estratégias para reduzir emissões de gases de efeito estufa. Desde então, o Brasil passou a investir mais seriamente em pesquisas e projetos nessa área, colocando-se em um lugar de destaque nas discussões sobre o futuro do hidrogênio, uma vez que é abundante em recursos renováveis, como energia solar e eólica.
Uma das empresas que aposta nesse cenário é a startup Pure-Cell Hydrogen Technologies, com sede em Balneário Camboriú, Santa Catarina, que desenvolveu a primeira planta educacional de hidrogênio totalmente funcional em miniatura, única no mundo. A instalação estará disponível para demonstração na Eletric Move Brasil, de 7 a 10 de novembro, em Caxias do Sul. No primeiro dia da Feira, às 17h20min, o CEO e engenheiro eletricista, Nelson da Silveira Cintra Neto, palestrará sobre o assunto.
“A planta é dividida em dois módulos. A estação 1 é responsável pela produção de hidrogênio e oxigênio verde, com 99,9% de pureza. O eletrolisador pode ser alimentado por uma placa solar ou por uma bateria de lítio. A estação 2 é onde observa-se a energia gerada a partir do hidrogênio produzido somente utilizando água destilada. O hidrogênio verde gerado é utilizado para armazenar energia ou originar outros subprodutos”, explica Cintra Neto.
OXIGÊNIO
Outra novidade fica por conta de a produção de oxigênio da planta ser utilizada para gerar ozônio. “Esse módulo é um lançamento inédito. Nunca se falou em utilizar o oxigênio residual de uma planta de hidrogênio verde para conversão em ozônio. Estamos finalizando o desenvolvimento e esperamos estar com tudo pronto até o evento”, acredita. A planta de hidrogênio em miniatura é um demonstrativo voltado a instituições de ensino. A Pure-Cell Hydrogen Technologies promove o treinamento de consultores e de técnicos e o desenvolve materiais educacionais na área.
O hidrogênio verde é produzido por meio da eletrólise da água utilizando energia elétrica gerada de fontes renováveis, o que o torna uma alternativa sustentável e limpa, capaz de descarbonizar setores difíceis de eletrificar. “Hidrogênio não é combustível e sim, um vetor energético, mas pode se transformar em combustível com o avanço das tecnologias e das políticas de apoio”, reitera.
Cintra Neto garante a segurança do hidrogênio verde, porém, precisa ser produzido de maneira correta, com alto grau de pureza para não se tornar explosivo. “Estamos vivendo o tempo de ‘corrida do hidrogênio’. Embora inimigos, em termos de pureza do material, estou convicto de que o hidrogênio é o petróleo do futuro”, assegura o CEO.
