Uma ação da Polícia Civil mirou, nesta quinta-feira, suspeitos de tráfico e feminicídio em Porto Alegre. A ofensiva ocorreu no condomínio Princesa Isabel, também conhecido como Carandiru, no bairro Azenha, além da Vila Planetário, no bairro Santana. Ambos locais, segundo a instituição, têm a presença do mesmo grupo criminoso.
As diligências somaram agentes da 2ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (2ª DIN/ Denarc) e do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV). Conforme a investigação, traficantes que atuam no residencial teriam envolvimento com um feminicídio consumado, em 2022, e outro tentado, neste ano.
O titular da 2ª DIN, delegado Rafael Liedtke, destaca que uma pistola calibre .380 foi apreendida na entrada do condomínio Princesa Isabel. A arma estava em posse de um suspeito de vigiar o local, sendo abandonada ali após ele perceber a aproximação dos policiais e fugir.
No linguajar do crime organizado, o bandido desempenhava o posto de “contenção”. O termo define o responsável por monitorar a chegada da polícia, ou de possíveis rivais, em um ponto de tráfico.
“A pistola estava municiada e pronta para uso. Isso reforça a posição do Carandiru como uma área onde há tráfico de drogas, inclusive com a presença de criminosos que atuam como seguranças do local”, aponta o titular da 2ª DIN.
Ainda de acordo com o delegado Rafael Liedtke, a arma não é irregular e está em nome de uma morada do Vale do Taquari. A mulher também será alvo de investigação, sendo intimada para prestar esclarecimentos sobre como a pistola acabou em posse de traficantes.
Também foi alvo da ofensiva um homem que já está recolhido no sistema prisional. Apontado como assassino de facção, o detento teve contra si uma ordem de prisão preventiva decretada. Além de homicídios, ele ainda responde por tráfico de drogas, associação criminosa, porte ilegal de armas e roubo, entre outros delitos.
Conforme o diretor-geral do Denarc, delegado Carlos Wendt, a maior parte dos moradores do condomínio Princesa Isabel não são envolvidos com o crime organizado. Ele explica que os condôminos acabam sendo subjulgados pela facção, sob ameaça de agressões e expulsão caso não coadunem com o tráfico no residencial.
“Foi uma ação que envolveu um local conflagrado onde, mais uma vez, há ocorrências de crimes graves. Importante salientar que a grande maioria dos que residem ali são pessoas de bem, como trabalhadores e estudantes. Acontece que ali há um grupo que insiste em afrontar o sistema legal, e que será alvo constante das forças policiais enquanto continuar com práticas criminosas”, enfatiza o diretor-geral do Denarc.