Passadas duas semanas desde a trágica morte da grávida Paula Janaína Ferreira Mello, que chocou o Estado, a Polícia Civil segue o trabalho para esclarecer todas as circunstâncias que envolvem o crime. A vítima foi encontrada sem vida dentro do apartamento de uma mulher de 42 anos, presa como a principal suspeita de ter matado a gestante para retirar o bebê – que também não resistiu – de seu ventre.
O inquérito policial instaurado pela Polícia Civil não apurou novidades relacionadas ao caso nos últimos dias. Entretanto, uma série de lacunas ainda precisam ser preenchidas no decorrer das investigações.
Entre os mistérios a serem revelados estão as causas da morte de Paula e de seu bebê. O corpo da jovem foi localizado na residência da suspeita, escondido embaixo de uma cama e enrolado com material plástico. Informações iniciais davam conta de que o óbito teria sido causado por objeto cortante.
Estas, assim como outras respostas, só serão possíveis depois que estiverem concluídos os trabalhos do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Conforme a Polícia Civil, o inquérito deve ser finalizado somente após entrega dos laudos por parte do IGP que, por sua vez, afirma que não há previsão de quando isto acontecerá.
A Polícia Civil aponta que o crime ocorreu no último dia 14 de outubro, no bairro Mario Quintana, na zona Norte de Porto Alegre. O corpo da gestante foi encontrado no dia seguinte, em um apartamento na rua Amarim. Ela morava a poucas quadras do imóvel, e estaria ali para receber um carrinho de bebê como presente da investigada.
A suspeita foi presa em flagrante já na madrugada de quarta-feira (16), enquanto recebia atendimento no Hospital Conceição, após simular ter dado à luz dentro do apartamento e ser levada junto do bebê para o local. A acusada chegou a gritar por ajuda após o falso parto. Uma vizinha tentou reanimar o bebê e chamou uma ambulância, mas ele já estava morto.
A investigação aponta que a suspeita simulava gravidez desde agosto e que o motivo do assassinato seria roubar o bebê da vítima. Ela foi presa após a equipe médica do Hospital Conceição chamar a polícia.
Paula estava prestes a dar à luz ao pequeno Endrick. Segundo a Associação Comunitária Amigos do Recanto do Sabiá (Acars), os parentes da grávida ainda estão em choque. Ele afirma que mãe e o companheiro da gestante não conseguem mais comer nem dormir. Destaca, também, que a condição emocional do homem é o maior foco de preocupação.
Na semana passada, uma mobilização na zona Norte da Capital clamava por justiça. Os manifestantes percorreram a região até a Praça México, no bairro Jardim Leopoldina. Com faixas e cartazes, eles pediam celeridade na resolução do caso.