Grêmio: Caíque é indiciado após ocorrência envolvendo torcedor de dez anos no Gre-Nal

Goleiro teria atentado contra paz no esporte ao supostamente jogar bola de esparadrapo em menino

Goleiro acabou sendo indiciado pelo crime que atenta contra a paz no esporte | Foto: Lucas Uebel/Gremio FBPA

A 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) de Porto Alegre indiciou, nesta sexta-feira, o goleiro Caíque do Grêmio por crime contra paz no esporte. O atleta era alvo de inquérito para investigar suposta agressão a um menino de dez anos no Gre-Nal de sábado, o que não ficou comprovado.

Foi o pai da criança quem fez um boletim de ocorrência, ainda no dia do jogo, no posto policial do próprio Beira-Rio. De acordo com o registro, o goleiro teria atirado uma bola de esparadrapo contra a torcida do Inter, que se manifestava no final da partida perto do túnel que dá acesso aos vestiários. O objeto atingiu a criança, causando ferimentos leves. Ela foi atendida no estádio.

O titular da 2ª DP, delegado Vinicius Nahan, destacou que o caso não configura lesão corporal porque o goleiro fez o arremesso a esmo, sem mirar em um alvo específico. A investigação também apontou que o ato não teve intenção de machucar nenhum torcedor.

“Para um indiciamento por lesão ou agressão, seria preciso que ele tivesse intenção de fazer isso. As imagens do ocorrido são claras e mostram que o investigado fez o arremesso sem olhar, ou seja, sem intenção de causar ferimentos”, explica o delegado Vinicius Nahan.

O goleiro acabou sendo indiciado por crime que atenta contra a paz no esporte, conforme previsto no art. 201, da Lei 14597/2023 (Lei Geral do Esporte). É considerado infração, ainda segundo o texto, promover tumulto, praticar ou incitar a violência e invadir local restrito aos competidores, árbitros e seus auxiliares em eventos esportivos.

O delito pode acarretar em até dois anos de reclusão, além de multa. Entretanto, há possibilidade de acordo judicial para substituir a pena por serviços comunitários. Caíque já havia admitido, na última segunda-feira, o arremesso do objeto em direção à arquibancada. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele pediu desculpas ao menino que foi atingido e a familiares dele, mas repudiou as acusações de agressão.

“Passando aqui para esclarecer algo que ocorreu no último sábado no clássico Gre-Nal. Primeiramente para me desculpar com a família, com a criança também. Errei em ter arremessado uma bolinha de esparadrapo. Mas não tive intenção nenhuma de jogar, de direcionar a uma criança. Tenho um filho de seis anos e jamais queria, como muitas pessoas estão dizendo que eu agredi uma criança. Errei, sim, em jogar essa bolinha, mas não tive intenção de direcionar a uma criança”, escreveu o goleiro na postagem.