Administradores revelam os próximos passos para a aviação no RS

Três gerentes de aeroportos diferentes contaram os desafios enfrentados do setor durante o Tá Na Mesa

Crédito: Divulgação

O potencial de crescimento do setor aeroportuário foi o mote da edição do Tá na Mesa desta quarta-feira, 23, promovido pela FEDERASUL. Com o tema “Aviação em Tempos de Crise: Desafios e Soluções para o Futuro Aeroportuário do Rio Grande do Sul”, a pauta ganhou destaque principalmente em razão dos impactos das recentes enchentes sobre a infraestrutura e a conectividade aérea do estado.

O painel contou com as presenças doe Superintendente de Gestão de Segurança e Inteligência da INFRAERO e gestor interino do Aeroporto de Torres, Gessilney da Paz Gomes; do Gerente do Aeroporto Regional de Paranavaí e gestor interino do Aeroporto de Canela, Joacir Araújo dos Santos; e do Gerente de Aviação da Fraport Brasil, Pedro Navega.

Gessilney da Paz Gomes, responsável pelo Aeroporto de Torres, destacou que há uma série de investimentos sendo realizados para melhorar a infraestrutura do local, incluindo a instalação de aparelhos que auxiliem pousos e decolagens, alargamento da pista e recapeamento. Para ele, situações como as das enchentes revelam a necessidade de outros aeroportos para conectar o estado.

“Precisamos pensar em investimentos que não dependam apenas de períodos de calamidade”, enfatizou Gomes, mencionando um aporte de R$ 2,2 milhões somente nas obras do Aeroporto de Torres, que foi entregue à Infraero para execução dos trabalhos em setembro.  Neste momento, explica o gerente, estão sendo construídos muros e cercas. Além disso, mencionou que as melhorias vão beneficiar, inclusive, municípios de  Santa Catarina. A conclusão das obras deve ocorrer em até 120 dias após o início das obras.

O gestor interino do Aeroporto de Canela, Joacir Araújo dos Santos, informou que o local será fechado para obras a partir do dia 28 de outubro, ressaltando a importância estratégica desse aeroporto para o turismo na Serra Gaúcha. Com obras previstas para alargamento da pista e a construção de hangares, o aeroporto deverá receber investimentos iniciais de R$ 30 milhões, com possibilidade de expansão.

“Nós vamos entregar uma ferramenta à altura do que o povo gaúcho e a Serra Gaúcha precisam”, afirmou, destacando o impacto positivo que o novo aeroporto trará para o desenvolvimento regional e prometendo a entrega em até 60 dias. Segundo dos Santos, há um potencial inexplorado dentro do setor de turismo no Brasil, já que alguns turistas não viajam para a Serra justamente por não haver terminal aeroportuário na região, optando por outros destinos que tenham conexão direta.

SINERGIA

Pedro Navega, da Fraport Brasil, relatou os desafios enfrentados pela equipe para a retomada parcial das operações no Aeroporto Salgado Filho, que foi severamente afetado pelas enchentes. Ele elogiou a criatividade na solução emergencial de utilizar a base aérea de Canoas e até um shopping center para voos e embarques. “Foi um desafio logístico e de engenharia”, comentou, frisando que apenas 30% das operações voltaram ao normal, mas que até 16 de dezembro o aeroporto estará totalmente em funcionamento.

Navega também destacou que, antes da tragédia das enchentes, o aeroporto estava preparado para registrar, em julho de 2024, seu maior número de voos internacionais. Ele informou que o primeiro voo internacional, após a retomada, está previsto para 18 de dezembro, com rotas para Santiago e Buenos Aires em expansão nas semanas seguintes. Navega frisou que vê os aeroportos regionais do estado não como concorrentes, mas como parte de uma “sinergia” que fortalece a conectividade aérea do Rio Grande do Sul.

Como dos Santos, o gerente da Fraport Brasil também ressaltou o potencial de crescimento do setor aeroportuário do Rio Grande do Sul, com atrações turísticas não somente no Litoral Norte ou na Serra.