Depoimento de filha compromete mãe por morte de gêmeas em Igrejinha

Jovem de 19 anos teria dito que mulher pode ter assassinado meninas como forma de vingança contra o pai

| Foto: Arquivo pessoal/CP

O depoimento da filha de 19 anos compromete a mãe das gêmeas Manoela e Antônia Pereira, mortas com apenas seis anos em Igrejinha, no Vale do Paranhana. Conforme a Polícia Civil, ela teria dito que os pais tinham histórico de brigas, considerando ainda que a mulher teria assassinado a dupla como vingança contra o pai das meninas.

A jovem reside em Santa Maria, na região Central, onde o restante da família também morava. Foi ali que, em novembro de 2022, ela teve o irmão Michel Persival Pereira Júnior, de 22 anos, morto a tiros no interior de um apartamento na avenida Rio Branco. O atentado teria relação com disputas do tráfico de drogas.

À época, um adolescente de 16 anos foi apreendido por suspeita de ter efetuado os disparos. No ano seguinte, um homem que atualmente tem 27 anos teve prisão preventiva decretada como mandante da execução.

A família foi para Igrejinha depois do fato mas, segundo o testemunho da filha, a mãe teria passado a culpar o marido pelo envolvimento do rapaz no mundo do crime. O relato também dá conta que a mulher teria desenvolvido uma série de transtornos após a morte do filho.

Ainda não está claro para os investigadores os motivos dela culpar o esposo. Isso porque o homem não tem antecedentes criminais. Ela, por sua vez, chegou a ser presa em flagrante, em 2019, quando furtava um mercado.

Suspeita de envenenar meninas

Desde quarta-feira, a mulher está presa temporariamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na região Metropolitana. Não é descartado que ela tenha envenenado as gêmeas, que morreram em um intervalo de oito dias, sendo o primeiro óbito em 7 de outubro e outro na terça-feira.

A suspeita de morte por envenenamento surgiu após o relato de médicos do Hospital Bom Pastor, onde as gêmeas foram atendidas. Nenhuma delas tinha marcas de agressão no corpo, mas as duas espumavam e tinham sangramento na boca.

Nesta tarde, o pai das crianças prestará nova oitiva à Polícia Civil. De acordo com o delegado regional Cleber Lima, ele ainda não é investigado como suspeito.

“O homem não estava presente em nenhum dos óbitos. Ambas meninas passaram mal em casa e morreram, sendo que ele estava fora nas duas ocasiões. Aliás, isso também é outro fator que levanta suspeitas. Por que as duas mortes ocorreram quando não havia ninguém além da mãe das crianças ali?”, ponderou o delegado.