A Justiça do Reino Unido vai começar a julgar, na próxima segunda-feira (21), a ação que pede a condenação da mineradora BHP Billiton pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 110 km de Belo Horizonte. O julgamento acontece às vésperas do aniversário de 9 anos da tragédia que matou 19 pessoas, deixou centenas de famílias desabrigadas e despejou rejeito de minério em três rios e no Oceano Atlântico.
O processo pede indenização de aproximadamente R$ 230 bilhões para 640 mil pessoas, instituições e municípios brasileiros vítimas do colapso. A acusação tenta provar que a administração da BHP sabia dos riscos de segurança da barragem e tinha meios de impedir o rompimento. Ao lado da Vale, a companhia é dona da Samarco, então detentora da operação de Fundão.
Como a BHP tem sede na Inglaterra e a ação brasileira ainda não foi concluída, as vítimas optaram por tentar solução para o conflito judicial no país europeu. As tratativas começaram em 2018.
“A primeira etapa desse processo foi provar a jurisdição da Corte Inglesa. Agora, estamos na fase de responsabilização. O foco é mostrar em que proporção a BHP e seus executivos são responsáveis pelo desastre”, comentou a advogada Ana Carolina Salomão, do escritório Pogust Goodhead, que acompanha as vítimas.