Estimativa de setembro aponta safra 30,4% maior em 2024, aponta IBGE

No país, projeção aponta queda de 6,4% na safra deste ano

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 295,1 milhões de toneladas em 2024. Trata-se de um valor 6,4% ou 20,2 milhões de toneladas menor do que a safra obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas). Na comparação com agosto, a estimativa registrou queda de 0,4%, com decréscimo de 1,2 milhão de toneladas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a produção gaúcha de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2024 deve totalizar 35,4 milhões de toneladas, 30,4% maior que a obtida em 2023 (27,1 milhões de toneladas), com aumento de 8,3 milhões de toneladas; e 0,1% acima da informada em julho, com acréscimo de 25,1 mil toneladas. A área a ser colhida é de 10,0 milhões de hectares, uma redução de 2,8% frente à área colhida em 2023 (menos 286,9 mil hectares) e de 0,2% (menos 15,7 mil hectares) em relação a julho.

Segundo os dados do levantamento, o RS detém a terceira maior participação estadual na produção nacional, representando 12,0% do total. O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos, somados, representam 84,4% da estimativa da produção e respondem por 81,9% da área a ser colhida. Frente a 2023, houve acréscimo de 3,9% na área a ser colhida do arroz em casca e declínios de 2,1% tanto na da soja quanto na do milho.

Em relação à produção, houve acréscimos de 43,9% para a soja e de 13,9% para o milho, enquanto o arroz se manteve estável em relação à safra passada. A estimativa de setembro para a produção de soja foi de 18,3 milhões de toneladas. Quanto ao arroz, a previsão foi de 7,1 milhões de toneladas, e a de milho, 4,5 milhões de toneladas.

CULTURAS DE VERÃO

A produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas oriunda das lavouras temporárias de verão (amendoim, arroz, feijão 1ª e 2ª safra, girassol, milho em grão, soja e sorgo) da safra 2024 está estimada em 30,0 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 0,1% frente à estimativa de julho e de 25,7% em relação à safra 2023 (23,8 milhões de toneladas). O arroz, o milho em grão e a soja são responsáveis por 99,8% da produção de cereais de verão do Rio Grande do Sul.

A safra de 2023 foi marcada pelas baixas produções de soja e milho em grão, principalmente. O ano de 2024 também começou com adversidades, principalmente em função de excesso de chuvas no início do ciclo, atrasos nos plantios e pequenos períodos de estiagem no desenvolvimento das safras de verão. No mês de maio, as lavouras tardias e as de segunda safra sofreram também com as fortes chuvas e enchentes que atingiram o estado.

Considerando o conjunto das lavouras temporárias e permanentes de verão, frente ao levantamento de julho, houve redução nas estimativas de produção de mandioca (-10,3% ou menos 74,8 mil toneladas), fumo (-0,4% ou menos 1,1 mil toneladas), tomate (-0,3% ou menos 305 toneladas) e feijão 2ª safra (-0,2% ou menos 49 toneladas). Por outro lado, a previsão de setembro indica aumento na produção de arroz (0,3% ou mais 22,8 mil toneladas), milho 2ª safra (0,2% ou mais 10,8 mil toneladas). As estimativas para as demais culturas de verão observadas permaneceram estáveis.

CULTURAS DE INVERNO

O interesse pelas culturas de inverno em 2024 foi reduzido, em grande medida, pela descapitalização dos produtores e pela dificuldade de conseguir sementes, dadas as perdas expressivas nas lavouras de inverno na safra 2023. A produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas oriunda das lavouras temporárias de inverno (aveia branca em grão, centeio, cevada, trigo e triticale) da safra 2024 está estimada em 5,4 milhões de toneladas, uma redução de 0,3% frente ao calculado em julho, porém uma recuperação de 64,7% em relação ao obtido na safra 2023 (3,3 milhões de toneladas). A área plantada de inverno deve ser reduzida em 9,1%, chegando a 1,7 milhão de hectares em 2024. O trigo e a aveia, juntos, são responsáveis por 97,5% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de inverno.

Em relação a julho, levando-se em conta o conjunto das lavouras temporárias e permanentes de inverno, houve redução nas estimativas da produção da laranja (-7,3% ou menos 22,8 mil toneladas), da aveia (-0,9% ou menos 8,2 mil toneladas) e do trigo (-0,2% ou menos 9,0 mil toneladas). Aumentos foram projetados para a cevada (1,6% ou mais 1,9 mil toneladas) e do centeio (0,6% ou mais 12 toneladas), enquanto as previsões para as demais culturas de inverno permaneceram estáveis.

O levantamento realizado em setembro tem caráter amostral e engloba os principais municípios produtores de trigo, aveia e cevada do estado. Os efeitos do clima sobre o conjunto das culturas temporárias e permanentes de inverno acompanhadas pelo LSPA poderão ser reavaliados em outubro, quando o levantamento percorre a totalidade dos municípios gaúchos.