Cesta básica de Porto Alegre tem alta de 2,07% em setembro, revela Dieese

Capital gaúcha tem a quarta cesta básica mais cara do Brasil em setembro

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em setembro de 2024, o preço da cesta básica da cidade de Porto Alegre apresentou alta de 2,07% em relação a agosto de 2024 passando a custar R$ 756,17. De janeiro a setembro, a cesta registra queda de 1,35%, mas em comparação com setembro de 2023, o valor registrou variação de 1,95%Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No ranking, Porto Alegre tem a quarta cesta básica mais cara do Brasil em setembro.

A cidade só fica atrás de de São Paulo (R$ 792,47), Florianópolis (R$ 768,33) e Rio de Janeiro (R$ 757,30). Na avaliação mensal, em setembro de 2024, nove produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: o feijão (10,36%), a batata (7,15%), o óleo de soja (6,42%), o café (4,81%), a banana (4,17%), a carne (1,42%), a manteiga (1,14%), o pão (1,13%) e o arroz (0,31%).

Por outro lado, quatro produtos ficaram mais baratos: o tomate (-2,87%), a farinha de trigo (-0,91%), o açúcar (-0,44%) e o leite (-0,37%). No acumulado de 2024, três produtos registraram queda nos preços: o tomate (-36,30%), o açúcar (-7,14%) e a carne (-4,81%).

Em sentido contrário, nove produtos apresentaram alta nos preços: o café (27,18%), o leite (21,78%), a banana (14,54%), o arroz (11,02%), a batata (9,82%), o pão (5,43%), o óleo de soja (4,60%), a manteiga (4,39%) e o feijão (0,11%). A farinha de trigo foi o único item que ficou estável (0,00%).

No acumulado dos 12 meses, dez itens registraram alta nos preços: a batata (78,03%), a banana (29,93%), o café (24,92%), o arroz (26,20%), o leite (15,06%), a manteiga (8,81%), o pão (4,28%), o feijão (3,82%), óleo de soja (2,71%) e a farinha de trigo (0,62%). Por outro lado, três itens ficaram mais baratos: tomate (-36,63%), a carne (-5,69%) e o açúcar (-5,01%).

TEMPO DE TRABALHO

Em setembro de 2024, o trabalhador de Porto Alegre, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412,00, precisou trabalhar 117 horas e 49 minutos para adquirir a cesta básica. Em setembro de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi 123 horas e 37 minutos.

Em agosto de 2024, o tempo foi de 115 horas e 26 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em setembro de 2024, 57,90% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em agosto de 2024, o percentual foi de 56,72%, e, em setembro de 2023 de 60,75%.

Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.606,13 e correspondeu a 4,68 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.280,93 ou 4,76 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320,00.

(*) com Correio do Povo