Analista questiona decisão da agência Moody´s sobre risco Brasil

Ele diz que avaliadores estão desconectados da realidade brasileira

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A agência de classificação de risco Moody’s elevou na terça-feira, 1º, a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Com a mudança, o país está a um passo do chamado grau de investimento, que pode ser caracterizado como um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes. Mas isso não agradou a todos. Bruno Corano, economista e idealizador do Imigre América e da Corano Capital, a decisão causou impacto.

“Simplesmente acho que não faz o menor sentido. É como se eles estivessem absolutamente desconectados da realidade brasileira. É como se os analistas que estão lá, de fato, não conhecem o Brasil, não estão usando os indicadores de forma lúcida”, diz Corano.

Para ele, o Brasil está em um rumo de elevação de gastos e de desequilíbrio enormes, mas ainda ressaltam no relatório que entendem que o arcabouço fiscal contribuiu. “Nessas últimas semanas surgiu o parafiscal. O que é o parafiscal? São inúmeras despesas que o governo está classificando de uma maneira para que não impacte ainda mais, não sejam contabilizados”, comenta o analista.

“Então, semelhante ao que antes foi a pedalada da ex-presidente Dilma Rousseff, agora é uma nova vertente de uma estratégia contábil. Ou seja, não tem pé nem cabeça essa decisão da Moody’s”.