A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) capturou a continuidade da reação da confiança das famílias, com a segunda alta consecutiva depois de três quedas seguidas, avançando 4,6% em relação a agosto de 2024 – uma aceleração em relação ao resultado anterior (2,8%). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 27, pela Fecomércio-RS com base em informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC).
A alta foi disseminada entre seus componentes, com o ICF-RS alcançando 61,9 pontos. O resultado positivo não recupera as perdas com a tragédia climática gaúcha, deixando o indicador ainda 2,5% abaixo do registrado em maio de 2024 (edição que capturou os últimos dez dias de abril), e deve ser avaliado como redução do pessimismo, já que patamar se encontra abaixo dos 100,0 pontos. Em relação a setembro de 2023, o ICF-RS teve redução de 6,6%.
A pesquisa mostra a alta disseminada de todos seus componentes na margem, destacando as avaliações das famílias sobre Situação Atual do Emprego (2,8%; 85,5 pontos) e da Renda (1,4%; 86,4 pontos), que voltaram a crescer em setembro de 2024, e também os avanços no Consumo Atual (+6,8%; 54,9 pontos), que manteve o forte crescimento, e na Perspectiva de Consumo (+3,3%; 74,6 pontos), que acelerou. No entanto, apesar do crescimento do percentual de famílias que avalia esses aspectos de forma positiva, essa parcela entre o total de famílias é ainda muito pequena – o que explica os indicadores estarem em patamar pessimista (abaixo dos 100,0 pontos).
SEGURANÇA
Em setembro de 2024, 15,5% (14% em agosto de 2024) estavam se sentindo mais seguros no emprego, 10,3% (8,8% em agosto de 2024) avaliavam que a renda da família estava melhor; sobre o nível de consumo, 13,4% (12,1% em ago/24) percebem estar comprando mais que no passado e 14,9% (13,2% em agosto de 2024) projetam consumo maior que o ano passado.
“O resultado do ICF-RS de agosto de 2024 é positivo e nos sinaliza que a avaliação das famílias sobre os principais aspectos que dão suporte ao consumo estão se aproximando do que era percebido antes, ou seja, um movimento de recuperação da confiança que foi afetada com a tragédia natural. A grande questão, porém, é que o ponto de retorno ainda é muito baixo. Por mais que os dados de vendas do varejo e a retomada recente do emprego sejam bons, os efeitos perenes na economia e o abalo na estrutura produtiva, infelizmente, continuam trazendo dúvida sobre as condições da retomada estrutural da confiança no médio e longo prazo, após assimilados os impulsos iniciais derivados da injeção de recursos no curto prazo” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.