Crédito ampliado expandiu 15,0% em agosto, diz BC

Saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$17,9 trilhões

Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Em agosto, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$17,9 trilhões (158,1% do PIB), aumentando 1,4% no mês, com expansões de 2,1% nos saldos de títulos de dívida e de 0,8% nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Em 12 meses, o crédito ampliado expandiu 15,0%, com crescimentos de 18,0% nos saldos dos títulos de dívida, 9,6% nos empréstimos do SFN e 15,7% nos empréstimos externos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Banco Central.

O crédito ampliado a empresas atingiu R$6,2 trilhões (54,8% do PIB), aumentando 0,8% no mês, ressaltando-se a elevação nos títulos de dívida, 2,4%. Em relação a agosto de 2023, a expansão de 15,6% decorreu das elevações de 28,7% em títulos de dívida e de 15,4% nos empréstimos externos. O crédito ampliado às famílias situou-se em R$4,1 trilhões (35,9% do PIB), crescimentos de 1,0% no mês e de 11,6% em doze meses, refletindo, basicamente, o comportamento dos empréstimos do SFN.

A carteira de crédito total do SFN cresceu 0,9% em agosto, totalizando R$6,1 trilhões. Esse desempenho resultou dos incrementos mensais de 0,7% e de 1,0% nas carteiras de crédito destinadas às empresas e às famílias, respectivamente, cujos montantes situaram-se em R$2,3 trilhões e R$3,8 trilhões, na mesma ordem. Em 12 meses, a carteira total de crédito do SFN aumentou 10,1% até agosto, ante 10,6% até julho. Por segmento, consideradas as mesmas bases de comparação, ambas as carteiras de pessoas jurídicas e de pessoas físicas assinalaram menor ritmo de crescimento, com incrementos de 8,0% ante 8,2% e de 11,5% ante 12,2%, na ordem.

A carteira de crédito com recursos livres avançou 0,7% no mês e 9,2% em doze meses, alcançando R$3,6 trilhões. Nas operações destinadas às pessoas jurídicas, a carteira somou R$1,5 trilhão, com incremento de 0,6% no mês e de 7,2% em doze meses. Esse desempenho mostrou-se bastante disseminado entre as principais modalidades de crédito do segmento, com destaque para as expansões em antecipação de faturas de cartão de crédito, +2,4%, adiantamento de contratos de câmbio – ACC, +2,0%, desconto de duplicatas e outros recebíveis, +1,3%, e capital de giro com prazo inferior a 365 dias, +4,4%.

CRÉDITO PESSOAS FÍSICAS

A carteira de crédito livre às pessoas físicas cresceu 0,8% no mês e 10,7% em 12 meses, totalizando R$2,1 trilhões em agosto. Destacaram-se o financiamento para aquisição de veículos, +1,9%, o crédito pessoal não consignado, +1,8%, e o crédito consignado para beneficiários do INSS e para trabalhadores do setor público, com avanços respectivos de 1,1% e 0,7%.

A carteira de crédito direcionado atingiu saldo de R$2,6 trilhões em agosto, com incrementos de 1,0% no mês e de 11,4% em doze meses. A carteira destinada às empresas alcançou R$845,7 bilhões, com aumentos de 0,8% no mês e de 9,3% em doze meses. O crédito direcionado para as famílias avançou 1,1% no mês e 12,4% em doze meses, atingindo R$1,7 trilhão. Destacaram-se os financiamentos com taxas reguladas imobiliários e rurais, com expansões respectivas de 1,2% e 2,7%.

A taxa média de juros das concessões alcançou 27,7% a.a. em agosto, com queda de 0,1 p.p. no mês e de 2,8 p.p. em doze meses. Por segmento, a taxa média de juros no crédito às empresas aumentou 0,1 p.p. no mês e recuou 0,8 p.p. em doze meses, situando-se em 18,5% a.a., enquanto que para as famílias, a taxa média atingiu 32,2% a.a., com reduções de 0,2 p.p. no mês e de 3,9 p.p. em doze meses. O spread bancário, que reflete a diferença entre as taxas médias de juros praticadas nas operações de crédito e o custo de captação, situou-se em 18,5 p.p., assinalando reduções de 0,1 p.p. no mês e de 2,7 p.p. em doze meses.

Nas operações de crédito livre, a taxa média de juros atingiu 39,8% a.a., com estabilidade no mês e diminuição de 3,7 p.p. em doze meses. Nas operações com pessoas jurídicas, a taxa média em situou-se em 21,1% a.a., mantendo-se estável em relação ao mês anterior, com recuo de 1,5 p.p. em doze meses.

A taxa média de juros no crédito livre a pessoas físicas alcançou 51,9% a.a., com reduções de 0,2 ponto percentua no mês e de 5,9 pontos percentuais em 12meses. Na variação mensal, o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa) mostrou-se mais significativo que o efeito decorrente de alterações na composição das carteiras (efeito saldo). Nesse contexto, destacaram-se as reduções das taxas médias do crédito pessoal não consignado (-3,8 pontos percentuais) e do crédito o consignado para trabalhadores do setor público (0,1 ponto percentual).