Cerca de 150 pessoas tiveram que sair de casa após transbordamento do Arroio das Cabeças em Rio Grande

Ao menos 43 pessoas estão em dois abrigos montados pela Prefeitura, enquanto as demais buscaram apoio na casa de amigos e familiares

Moradores convivem com alagamento do Arroio Cabeças, em Rio Grande | Foto: Pedro Piegas

Os problemas causados pelas chuvas na Região Sul do Estado também causaram uma série de transtornos em Rio Grande. A área mais afetadas está localizada na Vila da Quinta – bairro Quinta -, onde aproximadamente 150 pessoas precisaram deixar suas residências por conta do transbordamento do Arroio das Cabeças.

De acordo com o secretário executivo da Defesa Civil de Rio Grande, Dênis Antiqueira, 43 pessoas estão desabrigadas, instaladas em dois abrigos montados pela Prefeitura, enquanto as demais – mais de 100 – estão desalojadas e buscaram apoio de amigos e familiares. Na quarta feira, dia em que o nível do arroio teve maior elevação, cerca de 50 resgates foram realizados por equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.

Apesar da elevação, o nível da água já é considerado estabilizado nesta quinta-feira, com tendência de diminuição caso não ocorra um novo episódio de chuva volumosa. ” O arroio vai levar em torno de 10 dias para baixar e voltar ao nível normal. Enquanto as pessoas não tiverem condições de retomar para casa, elas permanecerão fora”, explica Antiqueira.

Uma das preocupações da Defesa Civil é a possibilidade de chuva prevista para a próxima semana. Entretanto, por enquanto, está descartada a necessidade imediata de retirada de outros moradores.

Além das casas, pequenos estabelecimentos comerciais e a Escola Municipal Bento Gonçalves também foram atingidos. Nos abrigos montados, estão sendo destinados donativos que sobraram da enchente de maio, além de marmitas que estão sendo adquiridas e destinadas pela Prefeitura para os desabrigados.

Desde o ano passado, os moradores já foram afetados em setembro de 2023 e em maio de 2024, além do alagamento atual. Por isso, para quem reside no bairro, a situação já é considerada uma realidade cotidiana.

Apesar de não ter sido diretamente afetado neste ano, o aposentado Aldemir Garcia Debon, de 56 anos, relata que convive com os alagamentos desde que era criança. “Minha casa fica em uma parte mais alta e a água não entra, mas eu cresci em uma casa que sempre era alagada. Nós estamos acostumados”, relata.

Segundo Debon, mesmo que o nível volte a subir, ele não pretende sair de casa. “Eu vou ficar. Se tiver que sair, sairá minha mulher e meu filho. Mas a gente acha que não vai ser preciso. Eu me criei dentro da enchente, mas o problema é ver as pessoas perdendo tudo”, ressalta.

Conforme Antiqueira, a Prefeitura já tem recursos e uma área destinada para construir 55 casas, para retirada das famílias que vivem na área mais critica, constantemente afetada pelo transbordamento.

De acordo com dados da Sala de Situações da Defesa Civil, o acumulado da precipitação de chuvas nos últimos 7 dias em Rio Grande foi de 262,6mm. Diversos serviços municipais permanecem alterados nesta quinta-feira, em decorrência da chuva.

Escolas municipais com aulas suspensas:

  • Quinta e Vila da Quinta
  • EMEF Olavo Bilac (Vila da Quinta)
  • EMEF Bento Gonçalves (Quinta)
  • EMEF Coriolano Benício (Quinta)
  • EMEI Frederico Bergamashi (Nova Quinta)
  • EMEI Abel Troca (Vila da Quinta)

Ilha dos Marinheiros – fechadas mas com aulas remotas

  • EMEF Coração de Maria
  • EMEF Renascer
  • EMEF Apolinário Porto Alegre
  • EMEF Sylvia Centeno

Transporte coletivo:

Ambas as linhas da Palma e Ilha dos Marinheiros estão suspensas devido à impossibilidade de tráfego, em decorrência das chuvas recentes.

Linhas com alteração nos itinerários:

As linhas Quinta, Torotama e Taim tiveram seus itinerários afetados devido ao Arroio das Cabeças ter transbordado. As ruas Travessa 17 e Coronel Salgado estão impossibilitadas de acesso por parte dos coletivos, principalmente para evitar que a água proveniente do trânsito destes carros entre na casa dos moradores que residem próximo do pontilhão.

Assim, no sentido centro/bairro, as referidas linhas passam a utilizar o viaduto da Quinta para acessar a Estação Quinta (rua Doutor Nascimento), seguindo seu itinerário habitual. No sentido inverso, ao chegar na Estação Quinta, os coletivos retornam para o viaduto para seguirem em direção ao centro, não acessando a rua Coronel Salgado.

Mudanças no Cassino

No Cassino, a linha Circular- Atlântico Sul/Parque Guanabara, está utilizando a Avenida Brasil para entrar e sair do bairro Querência. Por sua vez, a linha Circular- ABC/Camping, está utilizando a rua Arroio Grande para ir e retornar da localidade do Camping.

Linha FURG

Com o retorno das aulas, a linha está operando na normalidade.

Linha Rodoviária/Vila Maria/FURG

Devido as condições da rua Padre Josué Silveira de Matos, o coletivo está utilizando a rua João Juliano no sentido bairro x centro.

Linha Parque São Pedro

A linha retornou a utilizar a rua Padre Nilo Gollo para acessar a Avenida Itália, no sentido bairro x centro. Com a modificação no retorno provisório próximo a loja Havan, a manobra dos coletivos do transporte coletivo pode novamente ser realizada com segurança.

O Núcleo de Transportes informou aos usuários que todas as mudanças estão no aplicativo Cartão Rio Grande e que se ainda restarem dúvidas, os usuários podem entrar em contato com o canal de atendimento FALA CIDADÃO, através do Whatsapp 3233.8456, diariamente das 7h às 22h.

Balsa para a Ilha dos Marinheiros

A balsa está operando apenas para a travessia de motos e caminhonetes altas. De acordo com o Núcleo de Transportes, em função do nível alto da lagoa, veículos de transporte coletivo e carros de passeio muito baixos não conseguem utilizar o serviço da balsa.