O começo da manhã desta segunda-feira foi de confusão para os usuários da Trensurb que, enfim, puderam chegar a Porto Alegre, este primeiro dia útil de operação dos trens à Capital. Mas as extensas filas vistas para embarque nos ônibus da Operação Trilhos Humanitários, até a semana passada operando na estação Mathias Velho, em Canoas, foram replicadas em alguns momentos na estação Farrapos, que faz a função de terminal até o retorno da operação de toda a extensão do metrô, prevista para próxima ao Natal.
A planilha de um funcionário da Trensurb apontava que, das 5h20min às 9h06min, foram realizadas 47 viagens dos coletivos da Transcal a partir da Farrapos até a avenida Júlio de Castilhos, no Centro Histórico, com mais de 2,9 mil passageiros embarcados. O embarque, porém, é relativamente rápido e logo as filas são dissipadas. Em nota, a companhia afirmou que “segue monitorando o comportamento do fluxo de passageiros nos terminais de ônibus que prestam serviços para a operação”.
Acrescentou ainda que o movimento intenso de usuários neste primeiro dia útil “está dentro do esperado e todos os ajustes estão sendo avaliados para melhorar o serviço prestado”. O pintor José Weber, morador de Esteio, na Região Metropolitana, precisou encarar a fila pouco antes das 9h. “Talvez vou chegar atrasado no meu compromisso no Centro, mas é o jeito. Sempre pego o trem neste horário, e é difícil ver algo como está aqui hoje”, afirmou ele.
O motorista Carlos Augusto Franco Couto, também de Esteio, disse que coletaria documentos na Santa Casa de Misericórdia para um tratamento que a esposa realiza no local. “Será que a fila é bastante demorada?”, questionou ele. “Antes, quando ia até o Mercado Público, o trem era rápido”, destacou o usuário. O Sindicato dos Metroviários do RS (Sindimetrô RS) esteve na estação no começo da manhã para mais uma edição do Café com Usuário, comumente realizado nas estações.
O presidente da entidade, Luis Henrique Chagas, afirmou que a categoria segue buscando a remoção da Trensurb de fato do Plano Nacional de Desestatização (PND), conforme prometido em março pelo governo federal. Ele também salientou o trabalho dos metroviários no contexto das enchentes. “No começo, o governo até agiu com agilidade, liberando uma verba superior a R$ 160 milhões, dinheiro este que já foi empenhado. Acreditamos que, para a recuperação das três últimas estações, São Pedro, Rodoviária e Mercado, seria necessário, no mínimo, um valor igual a este”, disse ele.