O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, vai ser conservador e gradual e não agirá com pressa. A interpretação é do economista da Corano Capital e idealizador do Imigre America, Bruno Corano. O corte dos juros norte-americanos já é tido como certo. A grande pergunta, na interpretação do analista, é de quanto vai ser a redução, de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 ponto percentual. “A minha aposta pessoal é de que o Fed vai ser conservador e gradual e não vai agir com pressa. Então ele deve optar pelo 0,25 ponto percentual”, diz.
Concretamente isso gera um impacto econômico. Para Corano, primeiro é importante entender que a mudança na taxa de juros tem um efeito retardado. Ou seja, essa possível alteração, nessa semana, vai surtir efeito entre seis a oito meses – reflexo direto. A questão é que, indiretamente, quando se altera uma política monetária, ela já causa reflexos naquele exato momento e em várias perspectivas. “Na teoria se espera que assim que os juros forem reduzidos, o dólar se aprecia frente a outras moedas, e que o mercado de ações tenha mais um estímulo para seguir se valorizando”, diz o economista da Corano Capital.
Claro que é a primeira reação. Além disso, também vai ter um efeito positivo para os Estados Unidos carregarem a sua dívida monetária, do Tesouro. Porque até então eles vinham emitindo títulos pagando uma taxa bem alta. E a queda dos juros vai aliviar também as despesas do governo. Desta forma, mesmo que não venha o 0,50 ponto percentual agora, “tudo leva a crer que os indicadores devem se manter na mesma direção, com, finalmente, a inflação convergindo para meta e o desemprego ficando sob controle, ou seja, não vai explodir de emprego, mas também não vai explodir de desemprego”, diz Corano.
“E isso vai permitir que, gradativamente, os juros fiquem caindo e, isso sim, vai seguir estimulando essa dinâmica saudável, que é o que o mercado quer”, comenta.