O primeiro balanço parcial oficial dos gastos da campanha à prefeitura de Porto Alegre evidenciou as discrepâncias entre as despesas e receitas dos concorrentes e também o custo milionário da disputa. Exemplo disso é o fato de os oito candidatos que estão na corrida ao Paço Municipal terem arrecadado mais de R$ 22 milhões. Ao mesmo tempo, já foram gastos quase R$ 12 milhões. A Justiça Eleitoral prevê limites de despesas nas disputas, que varia de acordo com as cidades. Em Porto Alegre, cada candidato pode, no primeiro turno, gastar até R$ 8,6 milhões.
Entre os dados disponibilizados, a candidatura de Maria do Rosário (PT) lidera tanto o ranking de recursos recebidos como o de despesas. Foram R$ 8,9 milhões recebidos, sendo os maiores volumes (95% do total) do próprio PT, somando a direção nacional e estadual. Quando verificados os gastos declarados, o valor total é de R$ 5,6 milhões. O maior volume foi para pagamento de produção de programas de rádio, televisão e vídeo (33%).
Em seguida aparece o prefeito Sebastião Melo (MDB), que busca a reeleição. Ele já recebeu R$ 7,6 milhões, sendo o maior volume da direção nacional do MDB (58,6%). Em seguida, está a direção nacional do PL (33,8%), partido da vice, Betina Worm. Ele é o terceiro em gastos até o momento, totalizando R$ 1,970 milhão de despesas. Assim como Rosário, o maior volume foi para custear a produção de programas de rádio, televisão e vídeo (43,24%).
A candidata Juliana Brizola (PDT) aparece em terceiro lugar em recursos recebidos (R$ 4,7 milhões) e, em segundo, em despesas já feitas. Assim como Rosário e Melo, Juliana também tem direito a propaganda gratuita de rádio e televisão, o que concentrou, até o momento, praticamente 50% do total dos gastos da campanha (49,72%).
Entre os demais candidatos, a diferença do custo da campanha se destaca. Felipe Camozzato, do Novo, arrecadou pouco mais de R$ 500 mil, sendo o maior volume repassado pela direção nacional do Novo (63,40%). Enquanto que os gastos, que já consumiram praticamente todo o valor recebido, as destinações foram dispersas. Quase 70% dos recursos foram em pagamentos a serviços de terceiros, seguido de locação de imóveis e impulsionamento de conteúdos.
Entre os partidos sem representação no Congresso, as cifras são ainda menores. Esses são os casos de Luciano Schafer (UP), que recebeu R$ 85,9 mil e gastou R$ 57 mil; Fabiana Sanguiné (PSTU), que recebeu R$ 71 mil e gastou R$ 56 mil; e Carlos Alan (PRTB), que somou R$ 30 mil arrecadados e R$ 4,5 mil de despesas. O candidato Cesar Pontes (PCO) é o único que não teve nenhum recebimento ou gasto declarado até o momento.