Os desafios e potencialidades da aviação no Rio Grande do Sul pós-enchente foi o tema de mais uma edição do “Sergs Debates” nesta sexta-feira, promovido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) em conjunto com a Rede de Mulheres na Engenharia. O encontro contou com a participação de agentes políticos e representantes de aeroportos regionais, aeródromos e companhias aéreas.
Segundo a engenheira Daniela Cardeal, presidente do Comitê de Mulheres da Serge, a entidade propõe estes encontros para construir um caminho conjunto em prol do desenvolvimento econômico do RS. “O potencial do Estado já é grande para um aeroporto. O Salgado Filho é excelente e ele atende a nossa demanda, mas neste modelo sustentável de reconstrução, a gente pode pulverizar e aproveitar um pouco mais o potencial de outras regiões, como a Serra, o Litoral Norte, a região Sul, por exemplo”, reforçou a engenheira.
Entre os debatedores estão os administradores do aeroporto Hugo Cantergiani de Caxias do Sul, Cleberson Babetzki, e do Aeroclube do RS, Hermenegildo Fração, localizado no bairro Belém Novo, na Capital. No encontro, eles apresentaram detalhes da atuação dos terminais durante o período em que o Aeroporto Internacional Salgado Filho está com operações suspensas. Conforme Babetzki, na Serra, o desafio será manter a utilização do aeroporto mesmo depois do retorno do terminal da Capital.
“Já estamos com projetos de melhorias no aeroporto, como a troca do telhado do terminal que estava comprometido e, depois dessa etapa, vamos começar o recapeamento total da pista de 1.670 metros. Também homologamos um procedimento que reduziu entre 50 e 60% o número de voos que seriam cancelados ou alternados em função da neblina. Hoje, estamos fazendo um trabalho de conscientização para que as agências de viagem utilizem nosso aeroporto”, falou Babetzki.
Já Fração reforçou que o aeródromo localizado no Extremos Sul da Capital tem recebido muitas operações que envolvem cargas, saúde e viagens particulares. “A gente acredita que o aeródromo possa ajudar no atendimento da demanda de operações no RS. O que falta para isso realmente é recurso. Dependo do interesse do poder público, com pouco investimento, a gente conseguiria atender aviões maiores. O aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por exemplo, tem uma pista de 1.265 metros. A nossa tem 1.100 metros e a gente tem autorização para ampliar para 1.400 metros. Então, quanto mais estrutura tiver, mais a economia vai movimentar”, completou.
Também participaram do debate a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre, Júlia Tavares, o diretor adjunto do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos internacionais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Sebastian Waterberg, o representante da Azul Linhas Aéreas, Fernando Di Mattia, o diretor do aeroporto de Torres, Marcelo Canossa, e os diretores dos grupos Argenta, Neco Argenta, e Randoncopr, Joarez Piccinini. O debate ocorreu na sede da Sergs, na Zona Sul de Porto Alegre.