Haddad prevê PIB acima de 3%, emprego recorde e celebra ‘correção de rota’

Ministro da Fazenda valoriza acordo no Congresso para acabar com privilégios fiscais

Crédito: Fábio Rodrigues/Agência Brasil

Com inflação e desemprego em queda, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer mais de 3% este ano, acima da média mundial. A previsão é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou nesta quinta-feira, 12, do programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Nós geramos em sete meses 1 milhão e meio de empregos no Brasil. Nós estamos batendo recorde na geração de empregos. Hoje nosso problema é oferta de mão-de-obra, não é demanda. Você conversa com qualquer empresário de qualquer setor, a pessoa vai dizer assim: ‘eu estou com dificuldade de contratar, eu quero contratar, eu preciso expandir meus negócios’. Então nós temos que compreender que esse é o momento de fazer essa correção de rota”.

“A economia vai crescer mais de 3% este ano. A geração de emprego vai ser recorde este ano. E nós não podemos nos acomodar. Nós precisamos perseguir os nossos objetivos para que esse país volte a ter finanças robustas”, afirmou Haddad

Haddad ressaltou o crescimento sustentável da economia brasileira, a partir da avaliação dos principais indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas. Os índices de inflação, como a deflação registrada em agosto (e com estimativas de chegar a 3,9% para todo o ano de 2024) e de desemprego (6,8%, taxa do trimestre encerrado em julho) indicam que o país está no rumo certo do desenvolvimento socioeconômico sustentável.

PIB

Já o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no 2º trimestre de 2024, na comparação com o trimestre anterior, superando as expectativas do mercado. O resultado coloca o país como o 3º melhor entre os que mais cresceram dentro do G20, grupo das principais economias do mundo. Este é o 12º resultado positivo consecutivo do indicador em bases trimestrais e o melhor resultado para um trimestre desde 2020. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões.

“Nós já temos reservas cambiais acumuladas desde o período (dos mandatos anteriores) do presidente Lula. Nós não temos dívida externa. Nós temos que controlar agora nossa dívida interna. Esse juro tem que cair, para que essa rolagem seja sustentável. E o Brasil voltar a crescer acima da média mundial, depois de dez anos crescendo muito pouco”, disse.

Para isso, o ministro da Fazenda citou ações que estão corrigindo a rota para o crescimento sustentável, como a aprovação na Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira (11/9), do texto-base do projeto de lei que propõe uma transição de três anos para o fim da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. O texto aprovado pela Câmara é o mesmo aprovado no mês passado pelo Senado. Estabelece uma reoneração gradual a partir de 2025 para os setores da economia na contribuição previdenciária, aumentando 5% a cada ano até chegar aos 20% em 2028, que é a reoneração integral. Já para os municípios com até 156 mil habitantes, a alíquota previdenciária sai dos 8% este ano e aumenta gradualmente até chegar a alíquota cheia, 20% em 2027.

“Eu estou otimista com a economia brasileira, e eu sempre digo, sem subestimar os problemas e os desafios. Eles existem. Todo mundo tem diagnóstico sobre quais são. Nós temos que endereçar novas medidas. Cada ano é um processo de revisão, um processo de amadurecimento, inclusive político. É natural, é uma democracia, ninguém impõe a sua vontade, mas nós vamos construindo com senso comum, como o do dia de ontem”.

“O dia de ontem foi muito difícil, mais de dez anos tentando rever isso, e ninguém, conseguia. E chegou o momento, envolvendo o Supremo, Senado, Câmara, de pôr ordem nesse programa que custou mais de R$ 200 bilhões”, disse Haddad.