Indústria do RS cresce pelo segundo mês consecutivo, aponta Fiergs

Entretanto, desempenho ainda é negativo no acumulado do ano

Indústria. Foto: Agência Brasil/Arquivo

O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), divulgado pela  Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) nesta terça-feira, 10, cresceu 4% em julho, na comparação com o mês anterior. O resultado é decorrente, em parte, ao efeito calendário, uma vez que o mês de julho teve três dias úteis a mais. Foi o segundo aumento consecutivo do índice de atividade da indústria gaúcha, que acumula, nesse período, alta de 14,4%, compensando e superando as fortes perdas de maio, de -11,6%, provocadas pelas enchentes.

O IDI-RS combina seis indicadores que medem a atividade do setor industrial. A pesquisa de julho mostra que a maioria deles veio no lado positivo na comparação com junho. O maior destaque foi o faturamento real, que cresceu 9,2%, depois de ter aumentado 14,4%, em junho. Desta forma, superou a perda de maio, que havia sido de -19,1%.

Também pesaram positivamente no resultado as horas trabalhadas na produção (+1,2%), a massa salarial real (+1,7%) e a utilização da capacidade instalada (+2,7 pontos percentuais), que atingiu 83,9%. É o mais alto nível desde julho de 2021. Já o emprego, que não cresce desde abril de 2023, recuou 0,4% e as compras industriais, que caíram 2%, devolveram pequena parte da alta expressiva de junho, quando chegou a 37,5%.

CALENDÁRIO

O comportamento da indústria gaúcha também foi positivo na comparação anual. Em relação a julho de 2023, o avanço de 6,7% do IDI-RS foi o segundo do ano e o mais intenso desde agosto de 2022 nessa base de comparação. O calendário, mais uma vez, colaborou: julho deste ano teve 23 dias úteis, ante 21 em julho de 2023.

Com isso, o ritmo da queda acumulada do IDI-RS no ano diminuiu, de -3,3%, até junho, para -1,9%, até julho, respectivamente, na comparação com os primeiros seis e sete meses de 2023. O resultado negativo de 2024 até julho foi influenciado, principalmente, pelas compras industriais, que caíram -7,3%, e pelo faturamento real, -3,3%. As horas trabalhadas na produção, -1,8%, e o emprego, -1,6%, também recuaram no período. Apenas a massa salarial real (+3,4%) e a UCI (+1,6 ponto percentual) subiram.

A atividade industrial gaúcha caiu em nove dos 16 setores pesquisados no acumulado de janeiro a julho, ante o mesmo período de 2023. A significativa queda de 13,7% em Máquinas e equipamentos foi a maior contribuição negativa para o resultado global. Também impactaram de forma relevante Couros e calçados (-3,9%), Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-10,3%) e Alimentos (-1,3%). No lado positivo, os destaques ficaram com Veículos automotores, elevação de 12%, e Móveis, 8,9%.