Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (6) apontou que os rendimentos do trabalho no segundo trimestre de 2024 apresentaram uma nova elevação em relação ao trimestre anterior. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 5,8%. No entanto, estimativas mensais indicam que o rendimento habitual médio real alcançou o pico de R$ 3.255,00 em abril de 2024, recuando para R$ 3.187,00 em julho de 2024, uma redução de 2,1%.
A nota “Retrato dos Rendimentos do Trabalho – Resultados da PNAD Contínua do Segundo Trimestre de 2024”, que teve como base os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que os trabalhadores por conta própria, empregados sem carteira e do setor público apresentaram um crescimento interanual da renda acima de 7% no segundo trimestre de 2024 (7%, 7,9% e 7,4% respectivamente). Por sua vez, os trabalhadores privados com carteira registraram um crescimento de 4,4%, mantendo taxas de crescimento mais lento que as demais categorias desde o início de 2023.
Os maiores aumentos na renda, em comparação ao quarto trimestre de 2022, foram observados na região Nordeste (8,5%), entre os trabalhadores acima de 60 anos (8,8%), e com ensino superior (5,7%). Apenas trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou com escolaridade inferior apresentaram um fraco aumento na renda (1,1%). O crescimento foi menor para os que habitam no Centro-oeste (3,3%), entre os jovens de 14 a 24 anos (3,6%) e em regiões metropolitanas (4,4%).
RENDIMENTO DAS MULHERES
Os rendimentos habituais recebidos pelas mulheres, que vinham mostrando desempenho inferior ao dos homens em anos anteriores, apresentaram ao longo de 2023 um crescimento interanual maior que o masculino (no quarto trimestre, 4,2% contra 2,5% da renda habitual). No segundo trimestre de 2024, entretanto, o crescimento da renda foi novamente superior entre os homens (6,2% para homens e 5,2% para mulheres).
Em termos setoriais, os piores desempenhos da renda habitual ocorreram nos setores de construção, agricultura e serviços profissionais, com queda interanual de 1%, e aumentos de 0,5% e 2,1%, respectivamente. Já os trabalhadores da indústria e da administração pública apresentaram crescimento superior a 8%.
A análise também evidência que, apesar do aumento da renda individual dos trabalhadores, a renda média por domicílio caiu para todas as faixas de renda, exceto para as faixas de renda muito baixa, que apresentou um pequeno crescimento. A desigualdade na renda individual aumentou um pouco, mas a desigualdade na renda domiciliar permaneceu estável.