O resultado primário do setor público consolidado foi deficitário em R$21,3 bilhões em julho, ante déficit de R$35,8 bilhões no mesmo mês de 2023. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais registraram déficits respectivos de R$8,6 bilhões, R$11,0 bilhões, e R$1,7 bilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Banco Central.
Em 12 meses, o setor público consolidado acumulou déficit de R$257,7 bilhões, equivalente a 2,29% do PIB e 0,15 ponto percentual inferior ao déficit acumulado nos doze meses até junho. Os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$80,1 bilhões em julho de 2024, comparativamente a R$46,1 bilhões em julho de 2023.
Essa evolução foi influenciada pelo resultado das operações de swap cambial (perda de R$9,9 bilhões em julho de 2024 e ganho de R$15,6 bilhões em julho de 2023). No acumulado em doze meses até julho deste ano, os juros nominais alcançaram R$869,8 bilhões (7,73% do PIB), comparativamente a R$641,3 bilhões (6,07% do PIB) nos 12 meses até julho de 2023.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$101,5 bilhões em julho. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$1.127,5 bilhões (10,02% do PIB), ante déficit nominal de R$1.108,0 bilhões (9,92% do PIB) acumulado até junho de 2024.
DÍVIDA LÍQUIDA E DÍVIDA BRUTA
A DLSP atingiu 61,9% do PIB (R$7,0 trilhões) em julho, reduzindo-se 0,3 ponto percentual do PIB no mês. Esse resultado refletiu os impactos da variação do PIB nominal (-0,4 ponto percentual), da desvalorização cambial de 1,9% no mês (-0,2 ponto percentual), dos ajustes da dívida externa líquida (-0,2 ponto percentual), do ajuste de privatização (-0,3 ponto percentual), dos juros nominais apropriados (+0,7ponto percentual), e do déficit primário (+0,2 ponto percentual).
No ano, a DLSP elevou-se 1,0 ponto percentual do PIB, em função, sobretudo, dos impactos dos juros nominais (+4,8 ponto percentual), o déficit primário (+0,6 ponto percentual), do reconhecimento de dívidas (+0,2 ponto percentual), do efeito do crescimento do PIB nominal (-2,1 ponto percentual), do efeito da desvalorização cambial de 17,0% acumulada no ano (-1,9 ponto percentual), e do ajuste de privatizações (-0,3 ponto percentual).
A DBGG – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 78,5% do PIB (R$8,8 trilhões) em julho de 2024, aumento de 0,7 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (+0,7 ponto percentual), das emissões líquidas (+0,4 ponto percentual), e da variação do PIB nominal (-0,5 ponto percentual). No ano, o aumento de 4,1 ponto percentual do PIB resulta sobretudo da incorporação de juros nominais (+4,4 ponto percentual), da emissão líquida de dívida (+1,4 ponto percentual), da desvalorização cambial (+0,7 ponto percentual) e do crescimento do PIB nominal (-2,6 ponto percentual).