Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 5,2 bi em julho, diz BC

Na comparação interanual, o saldo comercial recuou US$516 milhões

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$5,2 bilhões em julho de 2024, ante déficit de US$3,6 bilhões em julho de 2023. Na comparação interanual, o déficit em serviços aumentou US$1,6 bilhão e o saldo comercial recuou US$516 milhões. O déficit em renda primária diminuiu US$396 milhões e o superávit da renda secundária aumentou US$107 milhões. O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em julho de 2024 somou US$34,8 bilhões (1,56% do PIB), ante US$33,2 bilhões (1,48% do PIB) no mês anterior e US$37,7 bilhões (1,82% do PIB) em julho de 2023.

A balança comercial de bens foi superavitária em US$7,1 bilhões em julho de 2024, ante saldo positivo de US$7,6 bilhões em julho de 2023. As exportações de bens somaram US$31,2 bilhões, aumento de 9,3% na comparação interanual, enquanto as importações de bens aumentaram 15,2%, na mesma base de comparação, totalizando US$24,1 bilhões.

O déficit na conta de serviços totalizou US$4,8 bilhões no mês, ante déficit de US$3,2 bilhões em julho de 2023, aumento de 50,3%. Na mesma base comparativa, cresceram as despesas líquidas de serviços de transportes, 70,0%, somando US$1,6 bilhão; serviços de propriedade intelectual, 51,4%, totalizando US$672 milhões; e serviços de telecomunicação, computação e informações, 102,8%, totalizando US$497 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais recuaram 5,9%, para US$769 milhões, resultado de aumento de 8,5% (US$615 milhões) nas receitas e de estabilidade nas despesas (US$1,4 bilhão).

O déficit em renda primária somou US$7,8 bilhões em julho de 2024, 4,8% abaixo do déficit de US$8,2 bilhões de julho de 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$3,5 bilhões, ante US$4,5 bilhões em julho de 2023, redução de 21,4% na comparação interanual. As despesas líquidas com juros somaram US$4,4 bilhões, 15,6% superiores aos US$3,8 bilhões ocorridos em julho de 2023.

INVESTIMENTOS DIRETOS

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$7,3 bilhões em julho de 2024, ante US$7,1 bilhões em julho de 2023. Os ingressos líquidos em participação no capital atingiram US$6,4 bilhões, compreendendo US$2,8 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos, e US$3,7 bilhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia somaram ingressos líquidos de US$826 milhões. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$71,8 bilhões (3,23% do PIB) no mês, ante US$71,6 bilhões (3,21% do PIB) em junho e US$66,9 bilhões (3,24% do PIB) em julho de 2023.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$753 milhões em julho de 2024, resultado de ingressos líquidos de US$859 milhões em ações e fundos de investimento e saídas líquidas de US$106 milhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em julho de 2024, os investimentos em carteira totalizaram ingressos líquidos de US$1,1 bilhão.

As reservas internacionais somaram US$363,3 bilhões em julho de 2024, incremento de US$5,5 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços, US$3,0 bilhões, e por paridades, US$1,4 bilhão. As receitas de juros somaram US$745 milhões no mês.