As primeiras Projeções de População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados do Censo Demográfico 2022 e divulgada nesta quinta-feira, 22, estimam que a população do Rio Grande do Sul vai parar de crescer em 2026, quando chegará a 11.233.317 habitantes. A partir de 2027, a população do estado começará a diminuir, até chegar aos 9.102.614 habitantes em 2070.
Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser as primeiras unidades da federação com decrescimento da população, que no país deve ocorrer a partir de 2042: em 2041 o Brasil atingiria sua população máxima, 220.245.299 habitantes, que deve diminuir até chegar a 199.228.708 em 2070.
As Projeções de População do IBGE utilizam dados provenientes de diversas fontes, como os três censos demográficos mais recentes (2010, 2010 e 2022), a série histórica das Estatísticas do Registro Civil (iniciada em 1974), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), ambos do Ministério da Saúde, entre outros. Seus cálculos permitem acompanhar a evolução dos padrões demográficos do país.
O estudo demográfico também mostra que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade no Rio Grande do Sul caiu de 2,12 para 1,51 filho por mulher, e deve recuar até 1,41 em 2035, quando atinge seu ponto mais baixo. No entanto, a partir de 2045, as Projeções indicam que a taxa terá ligeiro aumento, indo a 1,42 em 2045, a 1,46 em 2060 e chegando a 1,49 em 2070.
Outra informação das Projeções de população é a idade média da fecundidade, ou seja, a idade média em que as mulheres tinham seus filhos, que no estado era de 26,6 anos em 2000, passou para 29,1 anos em 2022 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070. Com a redução da fecundidade, o número de nascimentos ocorridos a cada ano também se reduziu ao longo do período analisado pelas Projeções de População: de 179.120 nascimentos no Rio Grande do Sul em 2000, recua para 133.496 em 2010 e, a seguir, para 121.107 em 2022. Para 2070, as Projeções de População mostram 65.763 nascimentos.
As Projeções de População também analisam os padrões de mortalidade do país, permitindo perceber que ela vem se reduzindo nos grupos etários mais jovens. A taxa de mortalidade infantil, que abrange a mortalidade de crianças com até um ano de idade, recuou de 15,5 óbitos por mil nascidos vivos em 2000, para 9,6 óbitos por mil, em 2023. Segundo as Projeções de População do IBGE, essa taxa vai recuar para 5,2 em 2070.
ESPERANÇA DE VIDA
No Rio Grande do Sul, a esperança de vida ao nascer subiu de 72,8 anos em 2000 para 77,0 anos em 2023. Entre os homens, esse indicador foi de 69,0 anos para 73,8 anos, no período, e entre as mulheres, de 76,7 anos para 80,1 anos. Esta é a primeira Projeção a incorporar dados da pandemia, que causou um recuo na esperança de vida em todo o país: na média, de 76,2 anos em 2019 para 72,8 anos em 2021 (no Rio Grande do Sul, de 76,4 anos em 2019 para 76,3 em 2020 e 73,3 em 2021).
Com os dados de 2023 voltando a indicar aumento, a expectativa é de que o indicador continue a crescer como antes da pandemia. As projeções para 2070 apontam, no estado, uma esperança de vida de 84,0 anos, sendo 81,8 anos para homens e 86,2 anos para mulheres. As Projeções de População do IBGE mostram que, de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população gaúcha quase duplicou, subindo de 10,6% para 20,0%. Em números absolutos, o total de idosos passou de 1,1 milhão para 2,2 milhões, no período. Em 2070, cerca de 39,1% dos habitantes do estado serão idosos, o que corresponderá a 3,6 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.
Outro indicador que ilustra a mudança no padrão etário é a idade média da população, que era de 31,0 anos em 2000 e subiu para 38,1 anos em 2023, a maior média do país. Para 2070, a idade média projetada da população gaúcha é 49,2 anos.
