A intenção de consumo em agosto apresentou caminhos distintos entre as faixas de renda analisadas. As famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos mantiveram estabilidade, enquanto aquelas com renda acima desse patamar registraram uma queda de 0,2%. A perspectiva de consumo para os próximos meses também refletiu essa diferença, com redução de 0,7% entre as famílias de maior renda e 1,1% entre as de menor renda. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi divulgada nesta quinta-feira, 22.
“Embora as famílias que ganham mais tenham reduzido sua intenção de consumo, são as de menor renda que enfrentam maior redução da perspectiva de consumo. Isso pode ser atribuído a uma maior seletividade no crédito, que favorece aqueles com maior capacidade de pagamento”, observa o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
A maior diferença entre as rendas ocorreu no item que avalia o acesso ao crédito, com as famílias com rendimento abaixo de 10 salários mínimos tendo um avanço de 0,7% no subindicador, enquanto aquelas com maior renda mostraram queda de 0,4%. Isso sugere uma melhora da seletividade do crédito, beneficiando principalmente as famílias de menor renda.
CONSUMO NO RS
A crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul teve forte impacto na intenção de consumo dos gaúchos, nos últimos meses. Agora, após três quedas mensais consecutivas, houve um crescimento de 2,6%. Apesar da queda do subindicador que avalia a satisfação com o emprego atual, que diminuiu 1,6%, a perspectiva profissional teve aumento significativo de 17,3%, revelando expectativas positivas dos consumidores em relação à recuperação do Estado.
“O crescimento da perspectiva profissional indica que os consumidores estão começando a ver sinais de recuperação econômica, o que é um bom presságio para o futuro do consumo na região”, destaca o economista-chefe da CNC. A maioria dos indicadores apresentou recuperação mensal. Ainda assim, o único destaque positivo em comparação com agosto de 2023 foi a percepção da renda atual, que aumentou 1%.